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Pandemia frustrou planos de 53% das empresas em 2020, diz CNI

Cerca de 82% das empresas, contudo, esperam investir ao longo de 2021. Dados fazem parte da pesquisa Investimentos na Indústria 2020-2021

atualizado

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1 de 1 produção industrial indústria - Foto: iStock

Mais da metade (53%) das grandes indústrias brasileiras se frustrou com os planos de investimentos ao longo do ano passado, com o agravamento da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus.

Já em 2019, apenas 36% das grandes empresas com planos de investimento haviam realizado parcialmente, adiado ou cancelado os planos de investimento.

Isso é o que mostra pesquisa Investimentos na Indústria 2020-2021, publicada nesta terça-feira (23/2) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento foi realizado com 462 empresas de grande porte, entre 4 a 15 de janeiro de 2021.

A pesquisa mostra também que 69% das grandes empresas investiram em 2020. A proporção é 5 pontos percentuais inferior à registrada em 2019.

Além disso, o baixo índice de investimento é o segundo menor da série histórica, iniciada em 2010, superando apenas o registrado em 2016, no auge da crise do governo de Dilma Rousseff (PT).

O dado evidencia que 2020 começou e terminou fora da curva. No ano passado, 84% das empresas pretendiam investir, em um percentual acima dos anos anteriores.

Veja as séries históricas:
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Para 2021, há expectativa, contudo, de retorno à normalidade, com a intenção de investimento retornando a patamar semelhante ao dos últimos anos.

O percentual de grandes empresas que pretendem investir em 2021 é próximo ao observado nos três anos anteriores: 82% – apesar de dois pontos percentuais menor se comparado a 2020.

O diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia, Carlos Eduardo Abijaodi, avalia que a redução dos investimentos se deve em sua maioria pelo elevado custo dos insumos e pela reavaliação do mercado doméstico como destino dos produtos.

“Sentimos que os investimentos não foram feitos e foram adiados para este ano, pelo alto custo para investir e pela falta de alternativas de financiamento”, diz.

“Para esse ano, percebemos uma preocupação muito grande com os processos produtivos, que devem ser melhorados, com a aquisição de novas máquinas e tecnologia”, prossegue Abijaodi.

A pesquisa CNI mostra também que, em 2020, a participação de bancos comerciais privados ficou em 13%, um ponto percentual abaixo do registrado em 2019.

Já a participação de bancos oficiais de desenvolvimento foi de apenas 7%. Outras fontes de financiamento, como bancos comerciais públicos, financiamento externo e construção de parcerias ou joint ventures somam 8%.

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