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“Não há conflito de interesse de jeito nenhum”, diz Guedes sobre conta em paraíso fiscal

O ministro também contou que perdeu dinheiro ao assumir como chefe da pasta econômica, pois vendeu patrimônio adquirido no setor privado

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Ministro da Economia, Paulo Guedes
1 de 1 Ministro da Economia, Paulo Guedes - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu, nesta sexta-feira (8/10), que a empresa que mantém nas Ilhas Virgens Britânicas, em paraíso fiscal, está dentro da legalidade. O chefe da pasta federal alegou ainda que não há conflito de interesses, uma vez que ele deixou a offshore antes de atuar no governo.

O nome do ministro apareceu em uma lista revelada no domingo (3/10) pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ), do qual o Metrópoles faz parte.

Em live promovida por uma instituição financeira, Guedes decidiu se manifestar sobre o assunto, apesar de não terem sido cobradas explicações sobre o tema.

“Sobre offshore, elas são legais. Ela foi declarada, não houve movimento cruzando as fronteiras, trazendo dinheiro do exterior ou mandando dinheiro ao exterior. Desde que eu coloquei dinheiro lá, em 2014/2015, eu declarei legalmente”, disse o ministro.

Segundo ele, a conta é administrada por profissionais independentes, “em jurisdições nas quais minhas ações não têm influência de jeito nenhum”. “Eu saí da companhia dias antes de vir aqui [ao governo], eu dei todos os documentos”, afirmou.

O ministro também contou que perdeu dinheiro ao assumir como chefe da pasta econômica, após ter vendido seu patrimônio adquirido no setor privado.

“Quando construí maravilhosos projetos para o Brasil em educação, saúde. Eu vendi tudo em investimentos, sabendo que eu estaria coletando agora. Perdi muito dinheiro vindo aqui [ao governo] para evitar problemas. Tudo que estava nas minhas mãos, que eu estava investindo, eu vendi ao preço do investimento”, acrescentou.

Nesta semana, o plenário da Câmara aprovou, por 310 votos a 142, um pedido para que Guedes preste esclarecimentos aos deputados. A repercussão do caso deve impactar ainda mais os ativos econômicos, como o dólar, os juros e a inflação.

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