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Meirelles avalia que aumento de imposto é “suficiente” no momento

O ministro da Fazenda acrescentou que, “em última análise”, todas as medidas econômicas têm objetivo de beneficiar o consumidor

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Henrique Meirelles
1 de 1 Henrique Meirelles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira (21/7) que, “no momento”, a elevação do PIS/Cofins anunciado pelo governo nesta quinta-feira (20) é suficiente. Ele acrescentou que, “em última análise”, todas as medidas econômicas têm objetivo de beneficiar o consumidor.

“Certamente (o aumento pesa no bolso do consumidor), mas, por outro lado, pesa no bolso do cidadão quando o juro é mais caro, quando em função do déficit publico a inflação é maior”, analisou Meirelles. “Tudo que nós fazemos, em última analise é para beneficiar o bolso do cidadão.”

Meirelles destacou que, além da alta de tributo, o governo anunciou um corte adicional de gastos. “Não é só aumentar impostos. Os gastos públicos estavam muito comprimidos e se cortou ainda mais”. Ao ser questionado se haverá novos aumentos de imposto, respondeu: “No momento é suficiente.”

Segundo o ministro, a ocasião para aumentar o tributo era a ideal porque “a inflação está reagindo muito bem, caindo bastante” e a medida não deve prejudicar a retomada do crescimento. “A nossa expectativa é que isso consolide a trajetória do crescimento, exatamente porque vai manter o nível de confiança, manter o nível de confiança no ajuste fiscal, nível de confiança na economia”, afirmou.

Meirelles reiterou ainda que as mudanças no texto da Medida Provisória nº 783, que instituiu no Novo Refis (programa de parcelamento de débitos tributários) e previa arrecadação de R$ 13,3 bilhões em 2017, geraram frustração e incertezas que contribuíram para a decisão de elevar o PIS/Cofins.

“Uma razão importante, é devido às mudanças muito fortes no projeto do Refis, diminuindo bastante a arrecadação prevista e gerando muita incerteza sobre qual será de fato. Muitas empresas adiaram ou não se inscreveram no programa de adesão até agora”, justificou. Segundo ele, com essa incerteza criou-se a necessidade de receitas adicionais.

Meirelles destacou que a primeira reação dos agentes econômicos à medida foi positiva e mostra que o importante “é manter o equilíbrio fiscal e em consequência manter o emprego”. O ministro destacou ainda que o país registrou três meses seguidos de criação líquida positiva de emprego depois de três anos e que acredita que o desemprego vai cair no segundo semestre.

Questionado sobre o emprego, que não pode sofrer um impacto do efeito da sazonalidade de postos criados pelo agronegócio, pois tendem a diminuir nos próximos meses, Meirelles afirmou que, mesmo depois da dessazonalização, “o crescimento do emprego ainda é positivo”. “Está se disseminando o crescimento (do emprego) em outros setores da economia.”

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