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Indústria perde setores tecnológicos e se torna mais concentrada

A participação de empresas de áreas mais complexas caiu de 23,8% para 18,7%, informa a Confederação Nacional da Indústria (CNI)

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Futuro do trabalho na indústria
1 de 1 Futuro do trabalho na indústria - Foto: Getty Images/Divulgação

A estrutura da indústria de transformação no Brasil desidratou em 10 anos. Há perda significativa da participação do grupo de setores industriais de bens de média e alta tecnologia no país e aumento da presença dos setores de baixa tecnologia. É o que mostra um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quarta-feira (30/6).

Na avaliação do órgão, a queda da produtividade do setor é provocada pela falta de política industrial.

A participação de setores que produzem bens de capital e bens de consumo duráveis no Produto Interno Bruto (PIB) industrial caiu de 23,8% para 18,7%, entre 2007/2008 e 2017/2018, informou a pesquisa. O Brasil perdeu 5,1 pontos percentuais de presença desses setores mais complexos.

Segundo a CNI, eles produzem bens mais sofisticados, com alto valor agregado e contribuem para o aumento do nível de educação e de renda, ao contratarem profissionais mais qualificados.

O economista-chefe da CNI, Renato da Fonseca, explica que, nos últimos anos, a estrutura industrial intensificou um movimento em direção a setores produtores de bens de consumo semiduráveis ou não duráveis, típicos do início do processo de industrialização. A participação desses setores tradicionais passou de 25,6% para 35% entre os períodos de 2007/2008 e 2017/2018 e a presença de setores que produzem bens intermediários caiu de 49,3% para 44,4%.

O resultado disso é o Brasil com uma das mais baixas participações de setores intensivos em tecnologia e inovação na comparação com outros países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OECD), uma organização econômica intergovernamental. Ocupa a 23ª posição entre 28 países.

“Essa perda de participação da indústria manufatureira na economia tem consequências de longo prazo para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A indústria paga salários mais altos do que os demais setores (R$ 7.590 para profissionais com nível superior, contra uma média nacional de R$ 5.887) e tem forte poder de gerar crescimento”, explica o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

A cada R$ 1 produzido na indústria de transformação no Brasil são gerados R$ 2,67 na economia brasileira. O valor gerado pelos outros setores é menor. Na agricultura, esse mesmo R$ 1 resulta em R$ 1,75, e, nos serviços, R$ 1,49.

Robson Andrade destaca que a retomada do crescimento da indústria brasileira e, consequentemente da economia brasileira como um todo, “passa pela intensificação das políticas de redução do Custo Brasil e por uma política industrial direcionada à inovação, a setores mais complexos”.

Segundo a Indústria, o Custo Brasil é um conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que atrapalham o crescimento do país, influenciam negativamente o ambiente de negócios, encarecem os preços dos produtos nacionais e custos de logística, comprometem investimentos e contribuem para uma excessiva carga tributária. A estimativa é que o Custo Brasil retire R$ 1,5 trilhão por ano das empresas, representando 20,5% do PIB.

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