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Demissão e discurso de candidatos do governo afastam privatização da Eletrobras

Wilson Ferreira Junior vai assumir presidência da BR Distribuidora; governo procura seu substituto

atualizado

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Wilton Junior/Estadão
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1 de 1 eletrobras - Foto: Wilton Junior/Estadão

A renúncia de Wilson Ferreira Junior do cargo de presidente da Eletrobras reforça a sinalização de que a privatização da estatal não ocorrerá, contrariando promessa da gestão Jair Bolsonaro.

A decisão ocorre no momento em que os dois candidatos do governo ao comando do Congresso, o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), declararam publicamente que, se eleitos, essa não será uma agenda prioritária.

A permanência do executivo no cargo era considerada por economistas como essencial para que a privatização andasse. Ele estava preparando a empresa para isso.

O mercado respondeu ao anúncio da saída e as ações da Eletrobras caíram 10% na bolsa de Nova Iorque. Em comunicado ao mercado, a empresa informou que Ferreira Junior deixou o cargo por “motivos pessoais”. Ele vai assumir a presidência da BR Distribuidora.

Para que a empresa seja vendida é necessária a aprovação do Congresso. O tema, contudo, desagrada boa parte dos parlamentares, contrários à privatização, principalmente os da oposição. A proposta não avançou nem mesmo no governo do presidente Michel Temer, o qual chegou a ter ampla base de apoio no Congresso.

Na Câmara

A privatização só será colocada em votação caso haja uma demanda da maioria dos líderes da Câmara, na opinião de Arthur Lira, candidato do governo. Em entrevistas, ele tem sinalizado que essa maioria está longe de existir.

Seu principal adversário na disputa, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), não se posicionou contra as privatizações, porém, aliou-se com partidos de oposição e teria dificuldades, caso eleito, de tocar essa agenda.

No Senado

Na disputa pelo comando do Senado, Rodrigo Pacheco também disse publicamente que a venda da Eletrobras não será prioridade. Em entrevista ao Broadcast Político, na última semana, afirmou que “o foco agora haverá de ser a preservação da saúde pública, um programa social e o crescimento econômico a partir das reformas que sejam necessárias no sistema tributário, a administrativa, as privatizações, não essa da Eletrobrás”.

Sua concorrente, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), defende que o debate sobre a venda da empresa ocorra “num momento mais tranquilo”.

Em dezembro, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, defendeu, em live ao lado do presidente, a venda da Eletrobras.

“Não diria a privatização, uma venda da Eletrobras, mas ela vai ser capitalizada e virar uma grande empresa de energia com participação de investidores e isso é importante para que o país tenha o investimento necessário para que tenhamos mais segurança energética e melhor prestação de serviço aos consumidores”, afirmou na ocasião.

O ministro não se posicionou neste ano sobre as declarações dos candidatos do governo ao comando do Congresso que contrariam sua expectativa, assim como o próprio presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

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