metropoles.com

Criptomoedas e tokenização: como a economia do futuro mudará nossa vida

Dinheiro digital é a principal tendência do mercado. Analistas Tasso Lago e Jader Nogueira falam ao Metrópoles sobre os desafios e riscos

atualizado

Compartilhar notícia

Getty Images
ilustração de moedas Bitcoin da cor dourada
1 de 1 ilustração de moedas Bitcoin da cor dourada - Foto: Getty Images

O dinheiro físico, confeccionado em papel e em metal, certamente não deixará de existir. Contudo, o surgimento de novas tecnologias tem modificado a forma como a economia e o mercando financeiro se comportam. Dois termos têm ganhado notoriedade: criptomoedas e, mais recentemente, tokenização.

Essas formas de lidar com o dinheiro vão impactar diretamente a vida das pessoas e a economia global. O Metrópoles reuniu especialistas para discutir quais são os riscos, as deficiências do Brasil e no que o consumidor deve estar atento.

Na última semana, grandes empresas como a empresa de investimentos XP, o banco BTG Pactual  e o aplicativo de pagamentos PicPay anunciaram investimentos em serviços de criptomoedas.

Na esfera governamental, o Banco Central iniciará testes com Real Digital, versão eletrônica do real, já no próximo ano. Se tudo sair como o planejado pela autoridade monetária, a moeda será lançada em 2024.

Entenda o que é tokenização e criptomoedas:

  • Tokenização: é transformar qualquer ativo do mundo físico, como um bem, produto ou mercadoria, em um ativo completamente digital. O movimento cria uma nova forma de negociar ativos tradicionais do mercado financeiro, como ouro, petróleo, commodities e imóveis.
  • Criptomoedas: são moedas digitais, que só existem na internet. Não existe um órgão ou governo responsável por controlar, intermediar e autorizar emissões de moedas, transferências e outras operações. Ela operam num sistema chamado blockchain, que permitem o envio e o recebimento de alguns tipos de informação.

Durante evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, frisou ao mercado que o Brasil está vivendo um processo de tokenização da economia iniciado com o Pix, passando pelo open finance (compartilhamento padronizado de dados sobre produtos, informações financeiras e serviços pelas instituições) e que chegará na moeda digital brasileira.

“Estamos bastante avançados nessa jornada em direção a um sistema financeiro mais integrado e mais digital”, afirmou o executivo, durante uma das mais concorridas palestras do evento”, frisou durante o evento.

Caminho sem volta

O analista Tasso Lago, especialista em gestão de fundos privados de criptomoedas e fundador da Financial Move, explica que o uso de criptomoedas e a tokenização da economia são tendências que não perderão força.  “Esse é o mecanismo mais eficiente em termos de uso financeiro e que possibilita mais pessoas terem acesso a possibilidade de investimento tornado o capital mais liquido e barato”, defende.

Para ele, o Brasil precisa criar leis que regulem o setor e fortaleçam a fiscalização. “O desafio do país é a legislação que é morosa. Com isso, diversos investimentos são feitos fora do país em criptomoedas”, pondera.

Legislação

O projeto de lei 3.825/2019, aprovado no Senado e que aguarda análise da Câmara, propõe, entre outros pontos, a regulamentação dos criptoativos, a regulamentação de prestadoras de serviços de ativos digitais e penalidades para crimes.

O analista e educar financeiro Jader Nogueira, especializado em investimentos e curto prazo no mercado financeiro, é categórico: a modernização qualifica o setor, o que atrai mais investidores.

“Com a aprovação dessa lei o Brasil terá muito a ganhar, pois as portas estariam sendo abertas para os maiores e mais qualificados investidores do Brasil e do mundo. A legalização do criptomercado será fundamental”, resume.

Desde agosto de 2019, operações com criptoativos precisam ser declaradas à Receita Federal.

Os números do setor, segundo a Receita Federal:

  • O número de pessoas físicas envolvidas no mercado de criptomoedas quase dobrou, passando de 186.721, no primeiro mês da obrigatoriedade, para 325.066 em fevereiro deste ano.
  • Já o número de pessoas jurídicas quase quadruplicou, indo de 2.261 para 8.591 no mesmo período.
  • A movimentação do setor cresceu 120%, saltando de R$ 91,4 bilhões em 2020 para R$ 201,5 bilhões em 2021.
  • Nos dois primeiros meses deste ano, dados mais recentes, o volume alcançou os R$ 23,5 bilhões.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?