metropoles.com

Banco Mundial nega “mão” do governo em relatório sobre servidores

Representantes sindicais criticaram o banco durante o lançamento do estudo técnico da frente parlamentar mista em defesa do serviço público

atualizado

Compartilhar notícia

Divulgação
banco mundial
1 de 1 banco mundial - Foto: Divulgação

O Banco Mundial nega que o relatório divulgado na semana passada, com um panorama do serviço público no Brasil, tenha tido interferência do Ministério da Economia. Entre outros dados, a instituição apresentou informações de salários, produtividade e tamanho da máquina pública. Para o funcionalismo, o documento serve como um “gás” para a reforma administrativa.

Representantes sindicais criticaram o banco durante o lançamento do estudo técnico da frente parlamentar mista em defesa do serviço público. O documento, produzido pelos servidores, é um dos braços da estratégia do funcionalismo público para embarreirar a proposta de reforma administrativa.

Nesta terça-feira (15/10/2019), os servidores acusaram o banco de usar dados beneficiando a proposta do governo de reforma. Para o funcionalismo, o governo induziu os resultados para produzir argumentos para justificar as mudanças.

O presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, dez críticas contundentes ao estudo. “Foi um relatório encomendado. O serviço público é fundamental para enfrentarmos a desigualdade que afeta o Brasil”, conclui.

Em nota ao Metrópoles, o Banco Mundial informou que realizou as análises (estaduais e federal) com recursos próprios, a partir de solicitações feitas pelo governo federal e pelos governos dos estados mencionados no estudo.”Para as análises, acessamos as bases de dados do SIAPE (Sistema Integrado de Administração de Pessoal) e da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais)”, destaca o texto.

Segundo a instituição financeira, o trabalho foi elaborado de “maneira independente” e todas as análises “foram realizadas por pessoal do Banco Mundial”. “O governo federal teve acesso aos resultados quando a análise foi finalizada”, finaliza.

Os dados do estudo já eram elaborados pelo conjunto de servidores antes da divulgação do relatório do Banco Mundial. Mas, segundo o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, essa será “a primeira resposta à publicação”.

“É importante colocar um contraponto, porque, neste momento em que a reforma da Previdência entrou na ordem do dia, temos que mostrar que estamos preparados para o debate”, declarou Marques.

Um dos argumentos dos servidores para contradizer o Banco Mundial é baseado em dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na média internacional, empregados no setor público brasileiro, nos três níveis da federação, somaram 12,1% da população ocupada, contra uma média internacional de 21,3%.

O economista Paulo Kliass disse que em 2017 o ex-presidente Michel Temer (MDB) usou a mesma estratégia para favorecer a reforma da Previdência. “O documento é de uma desonestidade impressionante. Só serve de munição para o Paulo Guedes (ministro da Economia)”, criticou.

O Metrópoles entrou em contato com o Ministério da Economia que informou, em nota, que não comentará as críticas. O estudo do Banco Mundial foi divulgado na sede da pasta em 9 de outubro.

Polêmica
A proposta do governo deve alterar as regras da estabilidade do funcionalismo. Além disso, o projeto de reforma administrativa prevê a possibilidade de redução da jornada e dos salários do funcionalismo público. Os que decidirem reduzir a jornada diária de trabalho também terão os vencimentos reduzidos.

Os salários iniciais devem ser reduzidos e as tabelas remuneratórias, reorganizadas. O objetivo é fazer com que os rendimentos dos servidores fiquem mais próximos aos praticados pelo setor privado.

A ideia do ministro Paulo Guedes é anunciar os detalhes da reforma administrativa tão logo seja concluída a reforma da Previdência, em uma ou duas semanas, se não houver imprevistos, e enviá-la ao Congresso ainda em outubro.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?

Notificações