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Desmatamento na Amazônia Legal é o maior em 15 anos, aponta pesquisa

De acordo com o levantamento, em 12 meses, entre agosto de 2021 e julho de 2022, foram derrubados 10.781 km² de floresta

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Imagem colorida mostra desmatamento na Amazônia / Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra desmatamento na Amazônia / Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O desmatamento na Amazônia Legal atingiu mais um recorde negativo, de acordo com estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Nos últimos 12 meses, entre agosto de 2021 e julho de 2022, foram derrubados 10.781 km² de floresta, área equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo.

O índice, considerado o maior dos últimos 15 anos, aponta um crescimento de 3% em relação ao período imediatamente anterior, entre agosto de 2020 e julho de 2021. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) da instituição.

Pela segunda vez consecutiva, o desmatamento ultrapassou os 10 mil km². Somadas, as áreas desmatadas nos últimos dois anos atingiram 21.257 km² – perímetro quase equivalente ao estado de Sergipe, que possui 22.050 km².

Além disso, pela quarta vez seguida, o índice de desmatamento chegou ao maior patamar desde 2008, quando o Imazon começou o monitoramento.

Veja a série histórica:

Gráfico de desmatamento
Área desmatada nos últimos 15 anos

O acompanhamento é feito no período entre agosto e julho por causa da menor quantidade de nuvens na Amazônia. No entanto, quando se isola os números de 2022, a alta se mostra ainda maior. Entre janeiro e julho, o desmatamento cresceu 7% em relação a 2021 – ou seja, passou de 6.109 km² para 6.528 km², também recorde de derrubada nos últimos 15 anos.

Quanto aos números de julho, a área destruída teve um decréscimo de 17% e caiu de 2.095 km² em 2021 para 1.739 km² em 2022. Mesmo assim, o valor foi o segundo maior da série histórica.

“O aumento do desmatamento ameaça diretamente a vida dos povos e das comunidades tradicionais e a manutenção da biodiversidade na Amazônia, além de contribuir para a maior emissão de carbono em um período de crise climática. Relatórios da ONU já alertaram que, se não reduzirmos as emissões, fenômenos extremos como ondas de calor, secas e tempestades ficarão ainda mais frequentes e intensos. Isso causará graves perdas – tanto ao campo, o que gera prejuízos para o agronegócio, quanto às cidades”, destaca Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.

Áreas mais atingidas

Ainda segundo o levantamento, 40% do desmatamento dos últimos 12 meses ocorreu na região conhecida como Amacro, onde se concentram 32 municípios na divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia. De acordo com o instituto, a maior incidência é causada pela expansão do agronegócio no local.

A destruição na Amacro também registrou o maior índice dos últimos 15 anos, passando de 3,023 km² para 3,905 km² – aumento de 29%.

O Pará foi o estado com maior ocorrência de derrubada de floresta, com 3.858 km², o que representa 36% da área destruída. Em seguida, Amazonas, com 2.738 km² (25%); Mato Grosso, com 1.620 km² (15%); Rondônia (1.312 km²); e Acre (865 km²) completam o ranking.

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