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Deltan Dallagnol aciona órgão de combate à desinformação contra Lula

Ex-procurador da Lava Jato criticou fala de Lula sobre plano de execução contra Moro. “Acho que é mais uma armação”, disse o presidente

atualizado

Daniel Ferreira/Metrópoles
Ex-procurador Deltan Dallagnol

O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) acionou, nesta quinta-feira (23/3), a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por suposta “disseminação de fake news” sobre o senador Sergio Moro (União-PR).

Nesta quinta, Lula afirmou que o plano da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e matar Sergio Moro é “mais uma armação” do senador e ex-juiz da Lava Jato.

Questionado se estava acompanhando os desdobramentos da investigação realizada pela Polícia Federal sobre o caso, Lula disparou: “Eu não vou falar, porque acho que é mais uma armação do Moro. Eu quero ser cauteloso”, disse.

Veja:

Após a declaração de Lula, Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato, afirmou que a fala do presidente “aumentou a preocupação sobre a disseminação de informações falsas e a necessidade de investigação”.

“A fala de Lula enfraquece a credibilidade das instituições e da resposta do estado contra o atentado, ampliando o risco à vida de Moro, de Lincoln e de suas famílias, que foram ameaçadas pelo crime organizado”, afirmou o deputado.

A Procuradoria de Defesa da Democracia é um órgão ligado à Advocacia-Geral da União, criado em janeiro deste ano para combater a desinformação.

Lula x Moro

Sergio Moro subiu o tom contra o presidente Lula na tarde desta quinta. O ex-juiz cobrou explicações do presidente após declarações sobre a operação da Polícia Federal para desbaratar planos para assassinar o senador.

“Senhor presidente Lula, o senhor que dá risada da ameaça a um senador e a sua família pelo crime organizado, eu lhe pergunto, o senhor não tem decência?”, questionou no Twitter.

Em entrevista à CNN Brasil, Moro ainda disse que Lula deu risada e mentiu aos brasileiros. “Não posso admitir que o presidente da República, o maior magistrado do país, trate um assunto dessa severidade e dessa gravidade dando risada e mentindo à população brasileira, sugerindo que poderia ser de alguma forma uma armação feita da minha parte”, disparou Moro.






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