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Delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas é indiciado por assassinato

Paulo Cerqueira é acusado de maquiar o inquérito sobre a morte do advogado Nudson Harley, executado a tiros em 2009

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Arma de fogo – Homicidio – assassinato
1 de 1 Arma de fogo – Homicidio – assassinato - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Polícia Federal indiciou o delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas (PCAL), Paulo Cerqueira, pelo assassinato do advogado Nudson Harley, morto a tiros em 2009. Segundo inquérito da corporação, o advogado teria sido morto por engano, no lugar do juiz Marcelo Tadeu, que seria o verdadeiro alvo do atentado.

Antônio Wendell Guarnieri, um dos autores materiais do crime, relatou que foi o delegado quem o contratou para executar o juiz, por intermédio do policial militar Natam Simião. Os autos do processo de indiciamento relatam que o então juiz Marcelo Tadeu sempre insistiu que seria o alvo e que Nudson Harley morreu por engano em seu lugar.

No inquérito do homicídio de Nudson, presidido por Cerqueira, essa hipótese de morte por engano no lugar do juiz nunca foi considerada.

Os autos ainda apontam que Cerqueira tentou desviar as investigações, evitando qualquer linha que chegasse até Wendel como executor e Tadeu como vítima. O delegado tentou encerrar o inquérito precocemente, o que só não ocorreu por intervenção do juiz Marcelo Tadeu.

Entenda o caso

O advogado mineiro Nudson Harley Mares de Freitas, de 46 anos, foi morto a tiros em 2009, enquanto falava em um telefone público em Mangabeiras (MG).

Treze dias após o crime, jornais noticiaram que a morte do mineiro havia sido por engano. Na ocasião, a promotora Marluce Falcão disse que o autor do crime, Antonio Wendel Guarnieri, teria afirmado que foi contratado por R$ 20 mil para executar uma autoridade alagoana.

Em 2009, o delegado Paulo Cerqueira, que havia sido chefe da Divisão Especial de Investigações e subsecretário de Defesa Social, sustentou que “a possibilidade era remota e que a Polícia Civil já tinha o nome de um suspeito”. Apesar disso, o inquérito foi concluído sem autoria.

No inquérito aberto pela PF para apurar o mandante do crime, o nome de Paulo Cerqueira, hoje delegado-geral da Polícia Civil, surgiu e ele acabou indiciado como o contratante da morte do advogado.

O inquérito revela que Cerqueira desvirtuou as investigações de propósito. O delegado teria pago todas as despesas de Antônio Wendel com recursos próprios.

Marcelo Tadeu

O juiz aposentado Marcelo Tadeu concedeu entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (9/4) após ter sido divulgado o indiciamento do delegado-geral. Tadeu acusou o delegado de maquiar o inquérito sobre o caso, e questionou a postura de entidades públicas no episódio, como Ministério Público, Associação Alagoana de Magistrados (Almagis), Polícia Civil e até a 17ª Vara Criminal de Maceió, especializada no combate a organizações criminosas.

“Cheguei a pensar que estava esquizofrênico, mas se ele (Paulo Cerqueira) estava no contexto do crime, como ele seria elucidado?”, questionou.

Tadeu também incitou o delegado a revelar seu real envolvimento no caso, ou apontar de quem estava a serviço. “A década desse crime não revelado tem a ver com a conduta dele na época”, disse.

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