A defesa da modelo Sasha Meneguel, filha da apresentadora Xuxa, afirmou nesta quinta-feira (6/10) esperar que a Operação Poyais, deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal (PF), possa ter repercussões do ponto de vista penal, civil e pedagógico.
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A ação da PF mira o empresário Francisley Valdevino da Silva, também conhecido como Sheik dos Bitcoins. Ele é investigado por crimes contra a economia popular e o sistema financeiro brasileiro, como estelionato e lavagem transnacional de dinheiro, além de ter movimentado ao menos R$ 4 bilhões. Entre as vítimas dele estaria Sasha Meneguel e João Figueiredo, marido dela. O casal entrou com um processo na Justiça para pedir reparação por danos materiais e morais.
“É preciso diferenciar o que é cripto e o que é pirâmide, golpe. Investimento em criptomoedas é uma tendência mundial e o Brasil tem sido destaque, isso é inegável. Mas o que aconteceu no caso da Sasha e João Figueiredo foi má-fé, na qual ela é vítima e isso fica cada vez mais claro”, afirmaram os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que representam Sasha Meneghel e João Figueiredo.
“A defesa entende que o processo terá repercussão do ponto de vista penal, civil e pedagógico, de modo a gerar um ambiente mais seguro. Quem estiver interessado em atrair vítimas em golpes a partir de pseudo investimentos em criptoativos saberá que a lei é rigorosa”, prosseguiram.
Entenda
Francisley Valdevino é dono de uma empresa que promovia o “aluguel” de criptomoedas. Além disso, foi sócio do pastor Silas Malafaia. Juntos, os dois montaram a AlvoX, companhia que oferece serviços tecnológicos para cristãos interessados em abrir o próprio negócio. Ao jornal O Globo o pastor afirmou que desfez o acordo assim que soube dos boatos de golpe envolvendo a outra empresa do “Sheik”, a Rental Coins.
Por meio da Rental Coins, o investigado “alugava” criptomoedas com a promessa de garantir lucros mensais de até 20% sobre o valor investido. No entanto, a empresa faliu, o que causou prejuízos a diversos investidores.
Pelo fato de também ser cristão, “Sheik” se aproximou de pastores, cantores e fiéis da igreja evangélica com o objetivo de convencê-los a apostar na empresa de criptomoedas. Entre os clientes, estavam a filha de Xuxa, Sasha Meneghel, e o marido dela, João Figueiredo, que fizeram aportes de R$ 1,2 milhão.
Investigação
As investigações começaram em março de 2022, depois de a Interpol enviar informações e uma solicitação passiva de cooperação policial internacional da Homeland Security Investigations (HSI), vinculada a um dos departamentos da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.
Em janeiro de 2022, a Interpol informou à PF que uma empresa internacional com atuação nos EUA e o principal gerenciador dela, Francisley Valdevino da Silva, eram investigados pela Força Tarefa de El Dorado, a El Dorado Task Force, da HSI de Nova Iorque.
Silva teria envolvimento com uma conspiração multimilionária de lavagem de dinheiro, a partir de um esquema de pirâmide de investimentos em criptoativos.
Diante das informações e do pedido de cooperação policial internacional, as investigações começaram em Curitiba. Apurações iniciais revelaram que o brasileiro tinha mais de 100 empresas abertas no país e que o grupo empresarial dele estaria lesando investidores nacionais e do exterior.
Veja os bens do investigado e itens apreendidos na operação:

Um dos imóveis de Francis da Silva

Mansões contavam com academia

Um dos imóveis é avaliado em R$ 64 milhões

Investigado também ostentava carros de luxo



Cofres e malas encontrados pelos policiais

Dinheiro em espécie encontrado durante operação


Espada samurai apreendida durante operação


Imóvel do suspeito tinha piano de cauda

Na casa de Francis, havia mensagens bíblicas na parede

Relógios apreendidos




Suspeito tinha coleção de tênis de marca


Imovel também contava com adegas


Policiais encontraram urna de ouro em um dos imóveis do investigado