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Dallagnol nega ter procurado Bolsonaro e pedido encontro no Planalto

Ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato disse que nunca ligou para Bolsonaro e lamentou a descrença do presidente nas investigações

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Deltan Dallagnol discursando
1 de 1 Deltan Dallagnol discursando - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Ex-procurador federal e ex-coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol (Podemos) publicou um vídeo nas redes sociais na tarde deste domingo (12/12) para rebater as declarações sobre ele dadas em vídeo pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a manhã.  Segundo ele, as falas do chefe do Executivo federal são “totalmente equivocadas”.

Bolsonaro afirmou que Dallagnol, em 2019, quando se falava muito da escolha do novo procurador-geral da República, teria ligado para o Palácio do Planalto pedindo uma conversa com o presidente. De acordo com o ex-procurador, no entanto, ocorreu o contrário. “Eu jamais pedi reunião com ele ou liguei para ele, nem antes nem depois da indicação do PGR que acabou com a Lava Jato [Dallagnol aproveitou para criticar o procurador-geral Augusto Aras]. Interlocutores do Planalto me procuraram em 2019 para saber se eu aceitaria me reunir com ele, mas eu recusei”, disse.

Outro ponto que o recém-filiado ao Podemos destacou foi sobre uma suposta armação nos depoimentos da Lava Jato. “O presidente Bolsonaro também errou ao dizer que os procuradores escreveriam as delações, talvez porque não teve a oportunidade de conhecer melhor o nosso trabalho”, pontuou.

Por fim, Dallagnol negou a veracidade do vídeo recomendado por Bolsonaro, de autoria do influencer de direita Kim Paim, com críticas à atuação da força-tarefa. “A alegação de que a Lava Jato protegeu ou blindou políticos não faz nem sentido, pois eles têm foro privilegiado”, afirmou o ex-procurador.

Veja o vídeo na íntegra

Críticas feitas por Bolsonaro

Neste domingo (12/12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que seus seguidores assistissem e compartilhassem um documentário, de autoria do influencer de direita Kim Pain, com críticas ao ex-coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol.

“Se eu tivesse audiência com ele, com toda certeza não ia indicar a PGR. Mas iria sair uma história pronta. Como faziam por ocasião de alguns depoimentos por ocasião da Lava Jato”, disse Bolsonaro, sobre um suposto encontro que teria sido solicitado por  Dallagnol e rejeitado pelo mandatário.

“Escrevia o depoimento, chamava o cara para assinar [em referência a métodos da Lava Jato]. E ia falar o quê? Que eu teria feito proposta indecorosa para ele. Salvar um amigo, parente”, completou.

Veja o vídeo do presidente pedindo o compartilhamento aos seguidores:

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