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Covid: governo admite perder 2,3 milhões de testes em documento da CPI

Os testes para a detecção do novo Coronavírus têm a data de validade estabelecida até o mês de maio

atualizado

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1 de 1 teste rápido - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Ministério Público Federal entregou à CPI da Covid-19 um documento no qual atesta que o governo federal admitiu perder 2,3 milhões de testes para detectar a Covid-19 e ainda ameaçou incinerar o excedente.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a nota técnica partiu do próprio Ministério da Saúde, em abril, à Procuradoria da República no Distrito Federal.

No documento, a União informa que tinha, no estado de São Paulo, cerca de 4,3 milhões de exames. Desses, 2,3 milhões tinham vencimento em abril. Outros 1,6 milhões de teste perdem a validade ainda neste mês, com data limite nesta sexta-feira (14/5).

No documento, a pasta diz que o objetivo é distribuir os testes em tempo hábil para que não haja desperdício de recurso público.

Como cada teste custou de R$ 42,30, caso o governo perca, de fato, todos os exames, o prejuízo será maior do que R$ 67,5 milhões. Comprados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), os testes pararam de ser adquiridos em junho de 2020, por determinação do Ministério da Saúde, em decorrência da inutilização. Caso contrário, segundo a nota, o material excedente seria incinerado.

Na nota, a pasta acusa a Opas de “empurrar os testes” ao Mgoverno, “sem que o ministério tenha aceitado o cronograma de entrega”. A data inicial de vencimento dos 4 milhões de testes era em dezembro de 2020, no entanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prorrogou a validade para maio.

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