metropoles.com

Covid-19 tem 100 mil novos adoecimentos no Brasil a cada 70 horas

A multiplicação de casos está em uma taxa “brusca”, avaliam técnicos. Junho é até o momento o mês mais nocivo da doença no país

atualizado

Compartilhar notícia

Getty images
arte coronavirus COVID-19 mundo mundial
1 de 1 arte coronavirus COVID-19 mundo mundial - Foto: Getty images

Junho terminou como o mês mais nocivo para a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O adoecimento e a mortalidade acelerados preocupam autoridades sanitárias, que temem uma grande procura e, consequentemente, um colapso no sistema de saúde.

Cálculos de técnicos da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, obtidos pelo Metrópoles, mostram como a enfermidade tem evoluído. Em média, a cada 70 horas — quase três dias —, o país registra novos 100 mil adoecimentos.

A média, em relação ao começo de junho caiu em um dia. Pode parecer pouco, mas em um mês o impacto é de 250 mil novos casos. A projeção dos técnicos aponta que, se em média há 100 mil novos infectados a cada três dias, em um mês haverá 1 milhão de adoecimentos. Com a média de quatro dias, no mesmo recorte de tempo seriam 750 mil novos doentes.

Junho terminou com a triste marca de 1.402.041 casos confirmados de Covid-19 no Brasil. Para se ter dimensão do avanço da enfermidade, maio terminou com 514.200 registros — 172,6% a mais. Os números são da plataforma Coronavírus Brasil, alimentada pelo Ministério da Saúde com base em informações das secretarias estaduais de Saúde.

Em meados de junho, o Metrópoles mostrou que a tendência de aceleração das contaminações já era observada pelo governo federal. À época, a cada quatro dias, Brasil tinha 100 mil novos infectados pelo coronavírus.

A multiplicação de adoecimentos de cada grupo de 100 mil pessoas está em uma taxa “brusca”, segundo os técnicos. O país levou 65 dias para atingir o primeiro bloco de 100 mil casos. A primeira notificação ocorreu em 28 de fevereiro, e a taxa foi registrada em 3 de maio.

O segundo grupo de 100 mil casos foi contabilizado em 14 de maio, apenas 11 dias após o primeiro bloco. O índice passou para sete dias, seis dias, quatro dias, três dias e até dois dias. O país ultrapassou a marca de 1,3 milhão de casos em 27 de junho. A barreira de 1,2 milhão foi registrada 48 horas antes, em 25 de junho.

O mesmo aumento é observado em outro metodologia de cálculo, quando são levadas em consideração semanas epidemiológicas. A pasta conclui que o país ainda está longe da estabilização. Veja a curva ascendente na imagem abaixo.

Tabela de casos acumulados de COVID-19 por Semana Epidemiológica de notificação
Casos acumulados de covid-19 por semana epidemiológica de notificação

Para os técnicos que acompanham a evolução dos casos, o Brasil ainda não atingiu o platô, que é um grande volume de infecções, mas já não em curva ascendente. “O platô é uma espécie de estabilização, mas ainda com grande volume de pessoas adoecendo. O cenário que temos hoje é de uma curva ascendente e em velocidade cada vez maior”, explica um técnico, que pediu para não ter o nome divulgado.

Um recorte no registro dos casos de Covid-19 exemplifica o argumento do técnico. Os últimos 400 mil casos foram registrados em apenas oito dias, entre 22 de junho e 30 de junho.

O temor é de que o grande volume de adoecimentos em um curto espaço de tempo sobrecarregue o sistema de saúde e isso puxe para cima o número de mortes. “Os governos compraram equipamentos e ampliaram a oferta de leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva], mas longe de ser o ideal para esse avanço da doença”, pondera o funcionário do Ministério da Saúde.

Junho também bateu recorde de mortes desde o início da pandemia no Brasil. Foram, segundo os números da plataforma Coronavírus Brasil, 59.594 óbitos — 103% a mais que o número notificado em maio.

0

Versão oficial
O Ministério da Saúde defende que “mantém esforço contínuo para garantir o atendimento em saúde à população, em parceria com estados e municípios, desde o início da pandemia”. “O objetivo é cuidar da saúde de todos e salvar vidas, além de promover e prevenir a saúde da população”, sustenta, em nota.

Segundo balanço da pasta, já foram mandados recursos extras ao Sistema Único de Saúde (SUS), como recursos humanos [médicos e profissionais de saúde], insumos, medicamentos, ventiladores pulmonares, testes de diagnóstico, habilitações de leitos de UTI para casos graves e gravíssimos e equipamentos de proteção individual (EPIS) para os profissionais de saúde.

“De janeiro a junho, o Ministério da Saúde enviou R$ 50,4 bilhões a estados e municípios para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, sendo R$ 9,7 bilhões voltados exclusivamente para combate ao coronavírus. Também já foram comprados e distribuídos mais de 15 milhões de unidades de medicamentos para auxiliar no tratamento do coronavírus, 115,7 milhões de EPIS, mais de 10,6 milhões de testes de diagnóstico para Covid-19”, afirma.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?