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Consulta para incluir remédios anticovid ao SUS chega à etapa final

Conitec encerra consulta pública sobre uso de nirmatrelvir e ritonalvir nesta quarta-feira (27/4)

atualizado

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Vinicius Schmidt/Metrópoles
pilulas remedios
1 de 1 pilulas remedios - Foto: Vinicius Schmidt/Metrópoles

A análise sobre o uso dos medicamentos nirmatrelvir e ritonavir no tratamento de Covid-19, realizada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec), está próxima da etapa final.

Nesta quarta-feira (27/4), o grupo encerra a consulta pública sobre o uso dos medicamentos. Após colher as contribuições da sociedade, a Conitec deve enviar recomendação favorável ao uso dos fármacos ao Ministério da Saúde.

Caberá à secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos da pasta, Sandra de Castro Barros, aprovar ou não a recomendação da Conitec. Em caso positivo, os remédios serão incluídos ao rol de terapias do SUS.

Os remédios são indicados para uso domiciliar em adultos com sintomas iniciais da doença. A expectativa do governo federal é de firmar acordo de compra com a Pfizer, fabricante dos medicamentos, que são oferecidos comercialmente sob o nome de Paxlovid.

Para oficializar o acordo, no entanto, o Ministério da Saúde aguarda o fim da análise na Conitec. O próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já sinalizou que a compra do medicamento deve ser concretizada.

Estudos realizados pela Pfizer apontam que o remédio reduziu o risco de hospitalização ou morte para pacientes que fizeram uso das pílulas entre o 3º e 5º dias de sintomas da doença, com quase 89% de eficácia.

O medicamento deve ser tomado por cinco dias, logo após os primeiros sintomas da doença e resultado positivo para o exame de Covid. O efeito da pílula bloqueia a replicação do vírus e impede a evolução da Covid-19 para quadros graves.

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Custo-efetividade

Para realizar a análise de custo-efetividade das pílulas, a Conitec considerou pacientes com 65 anos de idade ou mais e imunossuprimidos. De acordo com a comissão, a Pfizer propôs custo de US$ 250 por tratamento com Paxlovid, o equivalente a R$ 1.252, segundo o Banco Central (na cotação de 9/3/2022, data em que a análise de custo-efetividade foi realizada pela Conitec).

O valor é menor que a média de custo de uma internação de pacientes com Covid em enfermaria, que, somada aos gastos com diálise, diagnóstico, exames laboratoriais e de imagem, é estimada em R$ 6.358,76. Em casos de internação em Centro de Terapia Intensiva (CTI), o custo sobe para R$ 51.467,30.

Segundo o relatório do grupo, se considerado risco médio de 34% de internação hospitalar para pacientes com Covid, o eventual uso do Paxlovid pode gerar economia de R$ 2 bilhões (em cenários com baixa incidência de casos de Covid) a R$ 19 bilhões (em cenários com alta incidência de casos) aos cofres públicos, em um período de 5 anos.

Outros medicamentos

No início de abril, o Ministério da Saúde incluiu o medicamento baricitinie no rol do SUS. O fármaco já tinha registro no Brasil para o tratamento de outras doenças, mas ganhou aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Conitec para uso contra a Covid.

O remédio deve ser utilizado por adultos hospitalizados que precisam de oxigênio por máscara ou cateter nasal.

Estudos analisados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) apontam que o uso da substância pode contribuir para “redução significativa de mortes” por adultos hospitalizados.

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