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Com alta de Covid, empresas adiam retorno ao trabalho presencial em SP

Companhias que voltariam gradualmente ao trabalho presencial suspenderam os planos devido aos surtos da variante Ômicron e da influenza

atualizado

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Divulgação
Escritório da agência de marketing e publicidade VMLY&R
1 de 1 Escritório da agência de marketing e publicidade VMLY&R - Foto: Divulgação

São Paulo – O aumento nos casos de influenza e Covid-19, impulsionados pela variante Ômicron, fez empresas suspenderem os planos de retomada ao trabalho presencial no começo desse ano. Muitas daquelas que já haviam adotado o esquema anterior à pandemia resolveram também adotar novamente o home office.

A agência de marketing e publicidade VMLY&R, que conta com 550 colaboradores, e a MAG Seguros, que possui 1,5 mil funcionários, tinham planos para realizar uma volta gradual aos escritórios na segunda-feira (17/1), mas ambas cancelaram a iniciativa.

Já o banco de investimentos BTG Pactual, com 4 mil funcionários, e a Eletrobras, responsável por 13,8 mil colaboradores no Brasil, estenderam o regime de trabalho à distância.

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A Globo também suspendeu na terça-feira (11/1) o trabalho híbrido até 31/1. Em comunicado enviado aos funcionários, a rede afirmou que 519 pessoas testaram positivo entre 5 e 10/1; 209 só nos Estúdios Globo.

VMLYR&R

No fim do ano de 2021, a VMLY&R fez uma pesquisa com os funcionários e verificou o índice de vacinação. Assim, a agência definiu que retomaria a partir de segunda-feira (17/1) o trabalho presencial duas vezes por semana no escritório em São Paulo.

“Conseguimos uma resposta muito positiva, as pessoas estavam com saudades e vontade de ter essa questão social retomada”, afirmou a diretora de RH Luana Gonçalves, ao Metrópoles.

Já no começo de 2022, a decisão acabou cancelada devido aos indicadores epidemiológicos do país. Também foram considerados os casos declarados no canal da própria empresa.

“Na primeira semana de janeiro, tivemos o mesmo número de infectados reportados que durante todo o mês de dezembro”, contou a executiva.

Assim, a companhia continuará em home office e aberta apenas para reuniões pontuais. “Hoje não temos uma data prevista. A ideia é que as pessoas fiquem em casa e seguras. Vamos avaliar quando teremos um cenário melhor”, disse Luana.

MAG Seguros e BTG Pactual

A seguradora MAG, com sede no Rio de Janeiro, pretendia implementar também na segunda-feira (17/1) um novo modelo de trabalho que prevê a ida dos colaboradores ao escritório de três a seis vezes por mês. No entanto, o plano acabou suspenso e o modelo on-line será mantido.

“Será um passo dado com cautela, após uma criteriosa análise de riscos. Já estamos há 22 meses em casa e em pleno crescimento. A pressa para ir para casa em março de 2020 com certeza não é a mesma para voltarmos agora”, afirmou a diretora de Gente e Gestão da Mag Seguros, Patrícia Campos, ao Metrópoles.

O banco de investimentos BTG Pactual, com atividades em diversos locais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Campo Grande, reforçou o regime de teletrabalho.

“Diante do atual cenário, o banco reduziu a ocupação dos escritórios de forma significativa para 10%, mantendo o restante do time em home office”, afirmou a empresa em nota.

A organização explicou ainda que solicita comprovante de vacinação e faz testes duas vezes por semana com os colaboradores que precisam ir ao escritório.

Eletrobras

A diretoria da Eletrobras decidiu em 6/1 suspender as atividades presenciais até 21/1. A companhia tinha, na ocasião, nove colaboradores (empregados, terceirizados ou estagiários) com Covid-19 e nove casos suspeitos.

“O número é bastante próximo ao limite de dez casos, estabelecido por decisão judicial como condição para o retorno ao teletrabalho”, justificou a empresa em comunicado enviado.

Vacinação

O infectologista Rodrigo Molina, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), considera que, para o retorno presencial ao trabalho, o ideal é que as pessoas estejam imunizadas.

“A vacinação reduz a taxa de circulação viral, de transmissibilidade, a formação de novas cepas e a chance de desenvolver uma doença grave. O ideal são três doses, mas com duas doses já da para voltar ao trabalho presencial”, analisou o profissional. 

Além das recomendações tradicionais como distanciamento e uso de máscara e álcool em gel, o especialista reforça que é necessário manter pelo menos uma janela aberta nos escritórios, mesmo com o ar-condicionado ligado, para a circulação do ar. 

O infectologista explica ainda que o revezamento de colaboradores é uma maneira de manter o distanciamento. Os funcionários com sintomas gripais também não devem ir à empresa. “Aqueles que estão com coriza, garganta irritada, febre e mal estar precisam evitar ir trabalhar”, indicou Molina.

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