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Ouviu um barulho no céu? Professora explica o motivo do fenômeno

Com a pandemia de coronavírus, os índices de poluição caíram e outros gases estão na atmosfera, causando os ruídos

atualizado

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DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
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1 de 1 ceudebrasilia1 - Foto: DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

Quem entrar nas redes sociais vai se deparar com o assunto mais comentado: #BarulhonoCéu. O estrondo ouvido em vários lugares do mundo alimentou diversas teorias da conspiração e, em tempos de pandemia de coronavírus, tem até gente falando em fim do mundo. Porém, calma. Tem explicação!

É verdade que o tal barulho tem relação indireta com a pandemia de coronavírus, mas, calma, o mundo (ainda) não vai acabar – ao menos não por causa do estrondo.

Bruna Ignaczuk, professora pós-graduada em física, em entrevista ao portal BHAZ, explicou a questão.

“O som ocorre quando gases entram em contato com mudança de pressão atmosférica. Como acontece quando o ar sai de uma bexiga cheia ou de uma panela de pressão”, explica.

Para a especialista, o fato pode ter ligação indireta com a pandemia de coronavírus – afinal, com a quarentena, os índices de poluição têm diminuído.

“Pode ser que com menos funcionamento da indústria, uma quantidade menor de poluição na atmosfera influenciou a movimentação dos gases”, avalia.

Coronavírus e poluição

A quarentena, consequência das medidas de isolamento social, apesar dos impactos na economia, tem conseguido diminuir os índices de poluição em diversos locais.

Imagens de satélites captadas de janeiro a março pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pela sua contrapartida norte-americana NASA mostram uma redução drástica das emissões de dióxido de nitrogénio (NO2). Uma das regiões onde o efeito é mais visível é o norte da Itália.

O NO2 é emitido para atmosfera principalmente pela combustão de veículos e fábricas, com uma incidência especialmente forte na China, mas também outros grandes polos industriais. A redução dos voos domésticos na Europa também resultaram na redução em 25% das emissões de gás carbônico (CO2) desde meados de fevereiro.

Segundo Claus Zehner, diretor da missão Copernicus Sentinel-5P da ESA, as restrições de circulação e a paralisação das atividades industriais revelam a possibilidade de reduzir a poluição.

“Embora possa haver pequenas variações nos dados devido à cobertura de nuvens e às mudanças climáticas, estamos muito confiantes de que a redução nas emissões que podemos ver coincide com o bloqueio na Itália, causando menos tráfego e atividades industriais”, afirma o gerente da missão. (Com informações da DW)

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