Casal é criticado por rosto pintado de preto e peruca em festa no Rio

Caso ocorreu em igreja batista em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Câmara dos Vereadores entrou com notícia-crime no MP

atualizado 26/10/2021 15:29

Casal pinta rostos de preto e usa perucas em festa à fantasia em igreja em Petrópolis (RJ) Reprodução

Circula nas redes sociais a foto de um homem e uma mulher brancos com os rostos pintados com tinta preta e usando perucas “black power” em uma festa à fantasia na Igreja Batista Atitude em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. O evento aconteceu no sábado (23/10) e a “fantasia” gerou reações nas redes sociais.

A imagem foi publicada nas redes sociais do casal, mas, com a repercussão negativa, acabou apagada. A pintura faz alusão ao “blackface”, técnica usada por artistas brancos do século XIX para ridicularizar pessoas negras, com a associação de determinados estereótipos relativos a este grupo étnico.

0

O caso chegou à Comissão de Educação, Assistência Social e Defesa dos Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de Petrópolis, que entrou com uma notícia-crime no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A medida foi comunicada pelo vereador Yuri Moura (Psol), presidente da comissão, em uma rede social. Ele classificou a atitude como “racista”.

A ocorrido provocou reações de grupos que defendem os direitos de pessoas negras. O Segmento de Culturas Afro-brasileiras, Quilombolas e de Matrizes africanas de Petrópolis publicou uma nota de repúdio nas redes sociais e cobrou por justiça no caso.

“Infelizmente hoje acordamos com práticas inaceitáveis em nossa cidade de Petrópolis. Um casal resolve se fantasiar, pintando o corpo de tinta preta e colocando uma peruca encrespada, simbolizando a população negra. Importante frisar que o corpo negro não é entretenimento e muito menos uma fantasia para alegrar festas. Práticas como esta são enquadradas no racismo recreativo, uma forma de desumanizar a população negra, utilizando de forma depreciativa tal atitude. Solicitamos que as autoridades locais, tome as medidas cabíveis”, escreveu.


O Metrópoles entrou em contato com a Igreja Batista Atitude em Petrópolis, mas ainda não obteve retorno. O espaço está aberto.

Mais lidas
Últimas notícias