metropoles.com

Bretas: Justiça Eleitoral não deve ser usada para manter status

O juiz federal participou de um evento sobre o combate do Judiciário à corrupção, na sede do TSE

atualizado

Compartilhar notícia

WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Marcelo Bretas
1 de 1 Marcelo Bretas - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos casos da Lava Jato no Rio de Janeiro, criticou nesta segunda-feira (7/5) a estratégia de políticos para saírem da mira da operação e encaminharem seus casos para a Justiça Eleitoral.

Bretas participou em Brasília do Fórum Democracia Euro-Brasileiro, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O juiz federal participou de um painel sobre o combate do Judiciário à corrupção. “A Justiça eleitoral é especializada, mas precisamos reconhecer que ela não tem estrutura necessária para enfrentar algumas situações”, avaliou Bretas.

O juiz federal destacou que os juízes eleitorais são temporários e não são de dedicação exclusiva. Além disso, frisou que o corpo técnico da Justiça Eleitoral é especializado, mas os juízes eleitorais, não.

Sem citar nomes de políticos, Bretas afirmou: “O sonho de alguns acusados é levar (os seus casos) à Justiça Eleitoral”. “A ideia é criar um caminho o qual não leve a lugar nenhum, fingir que a coisa vai para a frente e a punição será efetiva”, completou, ressaltando o fato de na esfera eleitoral as penas serem baixíssimas.

“Eu temo que a Justiça Eleitoral seja usada para a manutenção do status quo, para que tudo isso que esteja sendo investigado não seja efetivado”, alertou Bretas.

Na abertura do painel, Bretas ressaltou: “o Poder Judiciário precisa ouvir as ruas”. O juiz federal também comparou os crimes de corrupção a genocídios, ao sustentar que eles “têm efeitos coletivos”.

Compartilhar notícia