metropoles.com

Brasil abre mão de R$ 118 bi com subsídios a combustíveis fósseis

O Instituto de Estudos Socioeconômicos espera cifra de subsídios ainda maior para 2022 no Brasil, tendo em vista medidas para zerar alíquota

atualizado

Compartilhar notícia

Mario Tama/Getty Images
Base de extração de petróleo | Metrópoles
1 de 1 Base de extração de petróleo | Metrópoles - Foto: Mario Tama/Getty Images

Um estudo apresentado durante a COP27 apontou que o Brasil deixou de arrecadar cerca de R$ 118,2 bilhões ao subsidiar combustíveis fósseis em 2021. O montante divide-se em R$ 71,9 bilhões destinados ao consumo, e R$ 46,3 bilhões, à produção.

De acordo com o estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o valor deve ser ainda maior em 2022, tendo em vista as políticas para zerar as alíquotas do PIS, da Cofins, PIS-Importação e da Cofins importação sobre combustíveis fósseis.

O estudo “Subsídios aos combustíveis fósseis: conhecer, avaliar, reformar”, divulgado nesta quarta-feira (16/11), apontou que o maior subsídio à produção de petróleo e gás no Brasil provém do Repetro. O mecanismo isenta de tributos a importação e produção interna de máquinas e equipamentos para a exploração de petróleo e gás.

As medidas do governo federal em resposta ao crescimento dos preços internacionais do petróleo, entre março e abril de 2021, entraram na conta final. Ao zerar o recolhimento do PIS/Cofins para o diesel e a gasolina no período, foram gerados R$ 60 bilhões em subsídios aos produtos.

A análise do instituto, porém, considera que os subsídios são pouco efetivos para o controle inflacionário, pois o aumento dos preços não se deve ao aumento dos impostos, mas, sim, à internalização das oscilações dos preços internacionais.

O Inesc também lembra que o Brasil, apesar de ter campos de petróleo eficientes, ainda recebe incentivos para serem mais rentáveis. Os subsídios, em consequência, contribuem para a geração de lucros extraordinários pelas petrolíferas, por exemplo, ao levar a Petrobras a registrar o maior lucro da história da empresa em 2021.

Necessidade de mudança

“Subsídios e incentivos a combustíveis fósseis interferem no padrão de lucro das famílias e economias, uma vez que reduzem artificialmente o custo de produção e o consumo das fontes de energia fósseis, tornando mais difícil para mudar estruturalmente a matriz de produção e o consumo global baseado nesses combustíveis”, alerta o estudo.

O Inesc observou que, em 2021, além dos incentivos à gasolina e ao diesel, houve subsídios ao carvão, provenientes da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). O valor para o segmento atingiu R$ 749 milhões. O instituto questiona o valor, já que a contribuição do carvão é de apenas 2,7% da oferta de geração de eletricidade no Brasil.

Entre as propostas sugeridas ao país surge a de construir uma estratégia para acabar com a exploração e a dependência do uso de carvão mineral. A fim de estabilizar os preços internos de combustível, propõe a retomada do papel da Petrobras no apoio ao controle dos preços.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?