metropoles.com

Delgatti diz que Bolsonaro pediu para que ele assumisse grampo contra Moraes

Hacker Delgatti Neto teria encontrado ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em reunião no Palácio do Alvorada, no ano passado

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/Metrópoles
Delgatti diz que Bolsonaro pediu para que ele assumisse grampo contra Moraes
1 de 1 Delgatti diz que Bolsonaro pediu para que ele assumisse grampo contra Moraes - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O hacker Walter Delgatti Neto afirmou, nesta quinta-feira (17/8), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mencionou um suposto “grampo” contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante reunião no Palácio do Alvorada, no ano passado.

A declaração foi dada durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1, no Congresso Nacional. Segundo Delgatti, Bolsonaro teria pedido que ele assumisse a autoria do grampo.

A conversa teria sido articulada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). “Segundo o presidente, eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes”, contou.

0

Delgatti também pontuou que o governo teria “conversas comprometedoras” de Moraes, e que Bolsonaro sugeriu que ele assumisse a autoria do crime.

“À época, eu era o ‘hacker da Lava Jato’. Seria difícil a esquerda questionar essa autoria, porque lá atrás eu teria assumido a Vaza Jato, e eles apoiaram. A ideia seria que um garoto da esquerda assumisse o grampo”, continuou. Bolsonaro também teria dito ao hacker que o grampo teria sido feito por estrangeiros.

Tentamos entrar em contato com o advogado e ex-ministro Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro, mas ele não atendeu as ligações ou visualizou as mensagens.

Investigações

A oitiva na CPMI ocorre um dia após o depoimento de Delgatti à Polícia Federal (PF). O hacker é investigado pela suposta inserção de dados falsos sobre o ministro Alexandre de Moraes, do STF, no Banco Nacional de Mandados de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Investigações apontam que Delgatti teria sido contratado pela deputada federal Zambelli, ligada ao ex-presidente, para prestar os serviços, que teriam o objetivo de beneficiar Bolsonaro durante as eleições de 2022.

A parlamentar também teria articulado um encontro entre o então presidente e o hacker em agosto do ano passado, ocasião em que Bolsonaro o teria questionado sobre a possibilidade de violar as urnas eletrônicas.

Além de confirmar essas versões, já apresentadas anteriormente, o hacker subiu a temperatura da fervura para Zambelli. Ele apresentou, à PF, cópia de uma conversa com assessores da deputada federal que comprova o pagamento em torno de R$ 40 mil a Delgatti.

“Ele traz provas de que recebeu valores da Carla Zambelli. Segundo o Walter, o valor chega próximo a R$ 40 mil. Foi próximo a R$ 14 mil em depósito bancário. O restante, em espécie. [Para] invadir qualquer sistema do Judiciário”, disse o advogado Ariovaldo Moreira.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?