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Aumento de internações em SP não se deve só à Covid, diz coordenador

“A pessoa interna por outras razões e testa positivo para Covid”, explicou João Gabbardo, coordenador do Comitê Científico

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Fábio Vieira/Metrópoles
Hospital de Campanha Pedro Dell’Antonia em Santo André, grande São Paulo
1 de 1 Hospital de Campanha Pedro Dell’Antonia em Santo André, grande São Paulo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – O médico João Gabbardo, coordenador do Comitê Científico que assessora o governo de São Paulo, disse nesta quarta-feira (19/1) acreditar que parte do aumento de internações por Covid-19 no estado não se deve necessariamente a internações causadas pela doença, mas sim a pessoas que foram internadas por outros motivos e testaram positivo no hospital.

“As pessoas ficam doentes por outras razões, internam por outras razões, por problemas cardiológicos, neurológicos, cirurgias, e sem sintoma nenhum de doença respiratória, ela é testada e apresenta um teste positivo para Covid”, afirmou.

Gabbardo explicou ao Metrópoles que quando uma pessoa é internada, seja por alguma doença, seja para passar por um procedimento cirúrgico ou um parto, por exemplo, o protocolo é que ela seja testada. Se o paciente testar positivo para Covid, automaticamente é transferido para um leito Covid, já que precisa ficar isolado. Com isso, a internação passa a ser automaticamente pela doença causada pelo coronavírus.

“Não internaram por Covid, mas por outra razão, aí é classificado por Covid. Acredito que vem acontecendo isso no Brasil inteiro. Como as pessoas foram vacinadas, elas não têm sintomas nenhum. Mas quando apresentam teste positivo, têm que ficar no leito de Covid, têm que ficar isoladas, aí são classificadas por Covid”, salientou.

Hoje, o estado possui 54,17% das UTIs ocupadas. Na Grande São Paulo, a situação é mais crítica, e a ocupação chega a 60,58%. Em números absolutos, há 2.842 pessoas hospitalizadas na UTI, e 5.556 em leitos de enfermaria.

Um dos exemplos que ele utilizou foi o das gestantes. Gabbardo citou dados de São Bernardo do Campo, que está testando todas as gestantes. Em um dos hospitais da rede pública na cidade, 40% das mulheres grávidas apresentaram teste positivo para Covid sem nenhum sintoma.

“O mais impressionante é que os filhos destas gestantes, 100% testam positivo para Covid, filhos de mães positivas para Covid. Sem sintomas”, pontuou. O médico ainda disse que um hospital público de São Paulo, que não interna pacientes por Covid, tem 80% de pacientes hospitalizados testando positivo para a doença.

O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, também corrobora com a ideia. Ele citou um caso que atendeu no Hospital Albert Einstein, de um paciente que fez uma cirurgia e está internado, e seu pai, que testou positivo para Covid, foi lhe visitar. O paciente também recebeu o diagnóstico, e agora foi transferido para o “covidário”, ainda que a internação não tenha sido causado pela doença.

Gorinchteyn ainda tranquiliza sobre a situação da pandemia, afirmando que o número de pessoas hospitalizadas é bem menor do que na primeira e segunda ondas e que, no Emílio Ribas, 50% dos pacientes de UTI não estão intubados. “No pico da segunda onda, eram 100%”, disse.

Com o aumento da procura pelos hospitais, porém, o estado ganhou 683 novos leitos de enfermaria e UTI nos últimos 15 dias, tanto na esfera pública quanto privada, segundo o secretário.

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