Goiânia – O artista goiano Fábio Gomes, de 30 anos, que já viralizou na internet e teve o trabalho compartilhado pela atriz Viola Davis e até pela mãe da cantora Beyoncé, iniciou um novo mural nessa quarta-feira (10/11), em Trindade, cidade a 18 km da capital goiana. Desta vez, ele homenageia a cantora Marília Mendonça.
A também goiana morreu aos 26 anos em acidente aéreo ocorrido na última sexta-feira (5/11), em Caratinga (MG). Além de fã da sertaneja que movia multidões pelo Brasil, ele conta que começou a receber dezenas de mensagens de seguidores pedindo que ele fizesse uma homenagem para ela.
Veja imagens da obra:

Fábio Gomes finalizou pintura nesta quinta-feira (11/11)Vinícius Schmidt/Metrópoles

Além de fã da cantora, artista recebeu inúmeros pedidos de seguidoresVinícius Schmidt/Metrópoles

Pintura fica numa esquina na Rua D, no Setor Santo Onofre, em Trindade (GO)Vinícius Schmidt/Metrópoles

Registro feito no local

Fábio Gomes em atividadeVinícius Schmidt/Metrópoles

Curiosos e fãs da cantora já passam pelo local para registrar a pinturaVinícius Schmidt/Metrópoles

"Sou muito fã da Marília Mendonça", diz Fábio GomesVinícius Schmidt/Metrópoles
Procura
Fábio deixou os trabalhos que estava fazendo de lado e saiu andando pela cidade, nessa quarta, até encontrar um muro que lhe pareceu propício. Ele escolheu um muro de esquina, na Rua D, no Setor Santo Onofre, conversou com a vizinha e obteve a autorização. “Quando eu disse o que iria fazer, ela ficou emocionada e deixou na hora”, relata.
Antes mesmo de concluir a pintura, curiosos e fãs de Marília Mendonça que passavam pelo local começaram a parar, tirar fotos e fazer vídeos do mural. Fábio fez o traçado do rosto da cantora e conseguiu pintá-lo todo no mesmo dia. Os últimos reparos serão feitos nesta quinta-feira (11/11) para concluir o fundo do desenho.
Veja:
“Sou muito fã da Marília Mendonça também. Foi uma perda muito grande para nós. Até hoje, muitos ainda não acreditam que isso aconteceu e essa foi uma forma de homenageá-la. Estou feliz por fazer isso, porque gosto de retratar artistas que eu admiro”, diz ele.
Projeto de mural sertanejo
Antes da morte de Marília, Fábio Gomes já vinha conversando com artistas de outros estados para se juntarem e fazerem um projeto conjunto em Trindade. A ideia, segundo ele, seria fazer um mural retratando a música sertaneja de Goiás, com os rostos dos principais cantores.
A proposta, que juntará além dele, artistas de São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Bahia, será colocada em prática em um muro que fica em frente à Basílica de Trindade, cidade religiosa que atrai milhares de turistas anualmente, devotos do Divino Pai Eterno.
Uma mudança, no entanto, está sendo avaliada no projeto. Com a morte da cantora, Fábio pretende colocar em discussão no grupo a possibilidade de alterar o desenho para que seja feita uma pintura só sobre Marília Mendonça.

Pintor une arte e naturezaVinícius Schmidt/Metrópoles

A obra mais famosa ganhou repercussão mundial após viralizar nas redes sociaisVinícius Schmidt/Metrópoles

Ele usa galhos e árvores para compor as obrasVinícius Schmidt/Metrópoles

"Nunca imaginei chegar tão longe", diz Fábio GomesVinícius Schmidt/Metrópoles

Artista fará sua primeira viagem internacional em breveVinícius Schmidt/Metrópoles

Pintura da ex-BBB Juliette feita por Fábio GomesVinícius Schmidt/Metrópoles

Elementos naturais são os preferidos do artistaVinícius Schmidt/Metrópoles
De Viola Davis a Juliette
Fábio Gomes tem uma vasta relação de nomes de famosos, cujos rostos ele já pintou nos muros de Trindade. Viola Davis, Juliette, Taís Araújo, Jojo Todynho e Leonardo são alguns desses homenageados. Ele é também conhecido pelas pinturas afros que se juntam aos galhos de árvores e que, com isso, formam os cabelos da pessoa retratada.
Existe hoje, na cidade, uma rua que funciona como uma espécie de galeria a céu aberto. Ele pintou os muros de cerca de 20 casas na Ruas 202, no Setor Sol Dourado. A via ficou famosa pela concentração de murais e atrai dezenas de curiosos e fãs do trabalho dele.
“Essa galeria surgiu de uma ideia que eu tive de concentrar o máximo de trabalho possível numa única rua. O pessoal vinha de longe para ver e, como meu trabalho é muito espalhado, não tinha como passar todos os endereços. Aí surgiu a ideia da galera aberta, numa única rua”, explica.