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Após quase 5h de depoimento, Marcos do Val deixa sede da PF

Marcos do Val (Podemos-ES) prestou depoimento em inquérito que investiga plano de gravar conversas do ministro Alexandre de Moraes

atualizado

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Pedro França/Agência Senado
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1 de 1 WhatsApp imagem do senador Marcos do Val - Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) deixou a sede da Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (19/7), após quase 5 horas de depoimento em inquérito que investiga suposta trama golpista para grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar chegou ao local às 13h40 para explicar as diferentes versões em que acusa Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira de arquitetarem um plano para invalidar as eleições presidenciais de 2022. Ele não se pronunciou ao final da oitiva.

Veja o momento em que o senador deixa a sede da PF:

Do Val apresentou pelo menos quatro versões diferentes desde que começou a falar sobre o plano. Em entrevista para a revista Veja, o parlamentar disse que havia alertado Moraes sobre uma trama para grampear as mensagens e ligações do ministro. A ideia, segundo o senador, seria utilizar os registros para incriminar o magistrado e revogar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.

Em todas as falas sobre o episódio, o parlamentar menciona que o ex-presidente e o deputado cassado Daniel Silveira estavam presentes. No entanto, o grau de participação dos dois acusados varia de acordo com a versão. Em debate com o Movimento Brasil Livre (MBL), Do Val disse que Bolsonaro tentou coagi-lo a participar de um golpe de estado. Na GloboNews, porém, ele negou a informação.

Em gravações obtidas pela revista Veja, o senador alega que Bolsonaro chegou a liberar equipamentos do Gabinete de Segurança Institucional para ajudar no plano.

“Disse sim. Que o GSI ia me dar o equipamento para poder montar para gravar. Aí eu falei assim, quando eu falei que ‘mas não vai ser aceito’. ‘Não, o GSI já tá avisado’. Quer dizer, já tinha validado a fala comigo. ‘Eles vão te equipar, botar o equipamento de escuta, de gravação, e a sua missão é marcar com o Alexandre e conduzir o assunto até a hora que ele falar que ele, que ele avançou, extrapolou a Constituição, alguma coisa nesse sentido.’ Aí ele falou ‘ó, eu derrubo, eu anulo a eleição, o Lula não toma posse, eu continuo na Presidência e prendo o Alexandre de Moraes por conta da fala dele, que ele teria’”, explicou, em áudio.

Mais tarde, contudo, o senador alegou que Bolsonaro ficou calado durante toda a reunião. Segundo Do Val, Daniel Silveira, que está preso, seria o único responsável pela criação do plano. O ex-presidente, presente na conversa sobre o assunto, não teria se pronunciado a favor.

O que diz Bolsonaro

O ex-presidente compareceu à PF na última quarta (12/7) para falar aos investigadores sobre o caso. Na ocasião, ele confirmou a reunião com Do Val e Silveira, mas negou qualquer plano contra Moraes. Definiu ainda o plano comentado pelo senador como “coisa de maluco”.

O ex-mandatário disse que somente soube, já em 2023, pela imprensa e pela “live” de Marcos do Val, que o parlamentar havia procurado o ministro Alexandre de Moraes para reportar sobre a realização da reunião com ele. “No encontro com Daniel Silveira e o senador Marcos do Val, no dia 8 de dezembro de 2022, não foi falado sobre equipamentos de escuta ou gravação”, disse Bolsonaro.

Após a reunião, sem saber precisar a data, Bolsonaro afirmou aos investigadores que recebeu uma mensagem de Marcos do Val na qual o senador encaminhou print de mensagem, originariamente enviada ao ministro Alexandre de Moraes.

“Nessa mensagem, o senador Marcos do Val disse a Moraes que o presidente não estaria fazendo nada de errado, mas que Daniel Silveira estaria tentando convencê-lo a prosseguir na execução de algum plano. Por essa razão, Bolsonaro respondeu ‘coisa de maluco’”, uma vez que não havia entendido a mensagem. O trecho consta do depoimento na PF, ao qual o Metrópoles teve acesso, e de declaração que Bolsonaro concedeu em coletiva de imprensa.

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