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Após avanço da Covid-19, Doria aumenta restrições ao comércio em São Paulo

Revisão de regras da quarentena havia sido adiada por duas semanas. Governo alegou que apagão de dados prejudicou diagnóstico de pandemia

atualizado

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Fábio Vieira/Especial Metrópoles
João Doria anuncia renovação da F1 em Interlagos até 2025
1 de 1 João Doria anuncia renovação da F1 em Interlagos até 2025 - Foto: Fábio Vieira/Especial Metrópoles

São Paulo – Após um adiamento de duas semanas na progressão do Plano São Paulo, que define as regras de quarentena para frear o coronavírus, o governo de João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (30/11) que todas as regiões do estado voltam para a fase que impõe restrições ao comércio, eventos culturais, bares e restaurantes.

Pelas regras da fase amarela, estabelecimentos comerciais devem limitar sua ocupação para no máximo 40%; o funcionamento fica limitado a 10 horas por dia e o horário de fechamento é 22h. Eventos com público em pé ficam proibidos.

O governo paulista disse que atrasou a revisão do plano devido ao apagão de dados do governo federal. Os ataques de hackers a órgãos federais no início de novembro causaram um atraso no sistema de contagem de casos de coronavírus do Ministério da Saúde e, segundo a equipe do governador João Doria, apesar do aumento de internações por duas semanas seguidas, ainda não havia como confirmar se a Covid-19 avançava a ponto de exigir restrições imediatas.

Como o processo ocorreu em meio ao período eleitoral e as restrições são muito impopulares, o governo Doria foi acusado pelos adversários de esconder dados com objetivos políticos. Doria e o prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB) sempre garantiram, porém, se pautar pela ciência em suas decisões.

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“Com o claro aumento da pandemia, precisamos tomar medidas de prudência”, disse Doria nesta segunda. “Essa medida não fecha comércio, nem bares, nem restaurantes, mas é mais restritiva nas medidas para evitar aglomerações e o aumento do contágio.”, completou.

Veja a representação gráfica da volta de todo o estado de São Paulo para a fase amarela. Entre as regiões que estavam na fase verde, com menos restrições, está a Grande São Paulo, a mais populosa.

Reclassificação do Plano São Paulo

O governo paulista também anunciou que as próximas revisões do Plano São Paulo serão semanais, com a próxima marcada para 4 de novembro. Até agora, as revisões eram mensais e a última levou 45 dias.

O aperto na quarentena ocorre após três semanas seguidas de aumento nas internações, de 18%, 17% e agora 7% na última semana.

Veja a evolução gráfica das internações, que chegaram a 1.259 na última semana, mantendo tendência de alta:

Internaçções por casos confirmados e suspeitos de Covid-19 em SP

Os dados

Segundo os dados divulgados pelo governo paulista, o estado já registrou 1,241 milhão de casos de coronavírus e 42.095 mortes por Covid-19.

A taxa de ocupação de UTIs no estado é de 52,2% e, na Grande SP, de 59,9%, chegando a 80% em algumas cidades. Há 4.141 internados com confirmação ou suspeita de Covid-19 nas UTIs e 5.548 nas enfermarias de hospitais públicos e particulares.

“Não estamos nem um pouco confortáveis com os últimos dados”, disse na coletiva João Gabbardo, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus. “Gostaria que a sociedade não esperasse só determinações oficiais e legislação para adotar os cuidados”, completou ele, que tem insistido na importância de a população evitar aglomerações, principalmente em eventos sociais, como festas, ainda que familiares.

Na última semana, Gabbardo já havia dito que o comitê havia proposto medidas mais restritivas, mas o governo não acatou.

Mudanças 

Até agora, seis das 17 regiões em que o governo dividiu o estado estavam na fase verde do Plano São Paulo. Com a nova decisão, todas voltam para o amarelo.

As restrições não devem atingir, no entanto, o plano de reabertura de escolas públicas e particulares.

Veja a coletiva de João Doria e da equipe de controle da pandemia nesta segunda (30/11):

Doria e a Coronavac

Na última semana, o governador João Doria concedeu entrevista exclusiva ao Metrópoles e falou sobre a pandemia, incluindo sua disputa com o governo federal para que a vacina chinesa contra o coronavírus, a Coronavac, que é testada no Estado, entre no Plano Nacional de Imunização.

A entrevista a Rachel Sheherazade ampliou a tensão entre Doria e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Veja a conversa:

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