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Apesar de queda no país, mortes por Covid-19 disparam em 4 estados

Acre, Paraíba, Rio de Janeiro e Sergipe registram franco crescimento da média móvel de óbitos provocados pela doença

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Santo André (SP) - 08/07/2021 - Hospital de Campanha Pedro Dell'Antonia Covid-19 em Santo André - Movimentação no Hospital de Campanha Pedro Dell'Antonia de Santo André, no ABC Paulista, nesta manhã de quinta-feira (08). O hospital é exclusivo no atendimento de pacientes de UTI de covid-19
1 de 1 Santo André (SP) - 08/07/2021 - Hospital de Campanha Pedro Dell'Antonia Covid-19 em Santo André - Movimentação no Hospital de Campanha Pedro Dell'Antonia de Santo André, no ABC Paulista, nesta manhã de quinta-feira (08). O hospital é exclusivo no atendimento de pacientes de UTI de covid-19 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil está no menor nível desde 30 de dezembro do ano passado, com queda de quase 20% em duas semanas, mas a situação é ruim em quatro estados brasileiros. Apesar de a maioria estar com quedas semelhantes ou até maiores do que a nacional, os indicadores de Acre, Paraíba, Rio de Janeiro e Sergipe registram alta expressiva.

Em todos eles, a média móvel de óbitos causados pela doença na última semana está em crescimento, com altas superiores a 15% em relação ao verificado há 14 dias para cada local. Os cálculos são do  (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base em informações do Ministério da Saúde.

Devido ao tempo de incubação do novo coronavírus, adotou-se a recomendação de especialistas para que a média móvel do dia seja comparada à de duas semanas atrás. Variações positivas ou negativas de até 15% na quantidade de mortes ou de casos não são significativas em relação à evolução da pandemia. Percentuais acima ou abaixo devem ser encarados como tendência de crescimento ou de queda.

O maior avanço foi verificado em Sergipe, que teve alta de 72,7% em 14 dias. No Rio de Janeiro, o crescimento chegou a 28,4%. No Acre, foi de 25%. Na Paraíba, a elevação bateu em 18,2%. O DF quase entrou na lista, com aumento de 12,2% na mesma comparação, ficando, assim, perto do limite superior do que se configura como estabilidade.

O gráfico a seguir mostra a evolução para cada unidade da Federação.

“A gente está observando que os números de casos e mortes vêm caindo, mas o Brasil é um país continental, e podemos ter variabilidade nas mortes em alguns estados. A grande preocupação é com a variante Delta, que é muito mais transmissível”, apontou o médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro.

“Essa variante leva a infecções, sobretudo, em não vacinados”, aponta, o que significa as duas doses da vacina, com exceção do imunizante produzido pela Janssen, que é de dose única. “Nós estamos todos preocupados, como vemos em outros países, que a Delta aumente o número de casos no Brasil como um todo, principalmente porque Brasil não tem alta porcentagem de pessoas completamente imunizadas”, disse.

Dessa maneira, os estados com aumento na quantidade de mortes poderiam funcionar como precursores de um movimento nacional. Para evitar isso, “tanto as pessoas vacinadas quanto as não vacinadas têm que usar as medidas protetivas, como máscara e distanciamento social”, sustenta o infectologista.

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