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Apenas seis agentes da Força Nacional atuam no Vale do Javari

Todas as solicitações de reforço feitas ao governo pela Univaja para aumentar patrulha na área foram negadas

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Helicóptero da Força Nacional Ministério da Justiça
1 de 1 Helicóptero da Força Nacional Ministério da Justiça - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Apenas seis agentes da Força Nacional de Segurança Pública foram enviados para patrulhar a área do Vale do Javari, de 85 mil quilômetros, onde o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram, segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira (15/6).

No local há uma concentração de cartéis de drogas, que mantém as comunidades ribeirinhas e até o poder público reféns do tráfico. De acordo com a apuração, todos os pedidos de reforço para proteção na região, feitos pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), foram negados.

Em dezembro de 2019, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, à época sob comando de Sergio Moro, autorizou o envio de seis agentes da Força Nacional para o Vale do Javari. Servidores da Funai relataram que os homens estão alocados em apenas um dos quatro postos na extensão do Javari.

Entre as reservas indígenas onde a Força Nacional opera, o Vale foi a que recebeu menor efetivo. Nas solicitações, a Univaja pedia o reforço de agentes para combater inavsões, ataques de arma de fogo e pesca ilegal, vindas inclusive de pescadores que atualmente são suspeitos do desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira.

Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, suspeito de envolvimento no caso, chega a ser citado em um desses relatórios. A instituição narra que ele pescou pirarucu nas proximidades da Aldeia do Karubos, no Rio Ituí, o que é considerado uma prática ilegal. Além disso, o homem é apontado como “um dos autores dos diversos atentados com arma de fogo contra a Base de Proteção da Funai em 2018 e 2019″.

O documento da Univaja também informa que houve uma reunião com o tenente Adelson Vale Santos, comandante da Operação Vale do Javari, da Força Nacional. “Na reunião, (…) o comandante da FNSP informa que não pode autorizar a saída de sua equipe em virtude do baixo contingente na base naquele momento (2 policiais) e pela carência de equipamentos logísticos na embarcação.”

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Armas retiradas

Nessa terça-feira (14/6), o Metrópoles revelou que durante a gestão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a Funai retirou armas de fogo que estavam em ao menos uma das bases de proteção do órgão na Terra Indígena (TI) Vale do Javari. A informação foi repassada por duas entidades locais, e confirmada por um servidor do órgão, que pediu para não ser identificado por medo de represálias.

A retirada das armas de fogo inviabilizou, segundo denúncia enviada ao Ministério Público Federal (MPF), serviços essenciais para a proteção dos grupos indígenas que vivem na TI. Devido à decisão, a Univaja enviou uma representação à Procuradoria da República do Amazonas (Pram), que abriu procedimento investigatório e, em seguida, transformou a apuração inicial em inquérito civil, no ano passado, para investigar o caso.

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