Ainda com resquícios do caos na saúde pública no estado do Amazonas, fotos chocantes mostram pacientes com Covid-19 sendo amarrados em macas por falta de sedativo no Hospital Municipal Jofre Cohen, em Parintins, no interior do estado. De acordo com o fato noticiado pelo G1, essas pessoas estão inconscientes, intubadas e em estado grave.
A reportagem afirma que esses pacientes passaram o fim de semana amarrados nas próprias macas, com nós improvisados por gaze. “A denúncia deve ser apurada pela Defensoria Pública”, acrescenta o G1.
“Com toda certeza a defensoria vai oficiar a Prefeitura de Parintins, mas também a direção do hospital, para pedir a semente sobre o fato de que as imagens retratam. E aí, a depender dessa resposta, a gente vai sim analisar e considerar sim a propositura de ação judicial”, disse o defensor público Rafael Barbosa.

Pacientes com Covid-19 são amarrados a macas por falta de sedativoArquivo pessoal

Dados apontam que antes da pandemia, os hospitais do Amazonas consumiam 800 ampolasArquivo pessoal

CoronavírusPixabay

CoronavírusGetty Images
Já Secretaria de Saúde de Parintins informou que há grande demanda por medicamentos de sedação de pacientes, mas não faltam medicamentos.
A prefeitura da cidade, mesmo com a denúncia apontar que vários pacientes foram amarrados, afirmou que o fato foi isolado e se deu “por conta de um surto psicótico no doente e que a equipe teve que promover a técnica de contenção para deixar o paciente em segurança”.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) no sábado houve um pedido de medicamentos de Parintins e no mesmo dia o município foi abastecido com os remédios para sedação solicitados. A SES também afirmou que não houve relatos oficiais sobre os fatos narrados.
Ainda de acordo com a SES-AM, nesta terça-feira (23/2) uma força-tarefa integrada por profissionais de órgãos das esferas estadual, federal e municipal estará em Parintins, com o objetivo de verificar o motivo da alta demanda de internações nos hospitais locais, além de apoiar o município num plano de redução das internações e reorganização da rede de assistência.
Dados apontam que, antes da pandemia, os hospitais do Amazonas consumiam 800 ampolas por mês de um dos medicamentos usados para sedação. Já com a nova explosão de casos de Covid-19, o número subiu para 28 mil ampolas em dezembro e 50 mil em janeiro, quando estado viveu o momento mais crítico.