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Advogado de Sarkozy recorrerá de medidas contra o ex-presidente

O ex-presidente da França foi acusado por financiamento irregular da sua campanha eleitoral em 2007

atualizado

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Moritz Hager/ Divulgação
Vision for the G20: Nicolas Sarkozy, Klaus Schwab
1 de 1 Vision for the G20: Nicolas Sarkozy, Klaus Schwab - Foto: Moritz Hager/ Divulgação

O advogado do ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, Thierry Herzog, anunciou nesta sexta-feira (23/3) que vai recorrer da revisão judicial, que pesa sobre seu cliente, após a sua acusação na última quarta-feira (22/3) por financiamento irregular da sua campanha eleitoral em 2007, uma medida que ele considera humilhante.

Perguntado em entrevista na emissora “RTL” se ele achava que o objetivo dessa revisão judicial que o impede de entrar em contato com duas pessoas do seu círculo mais próximo, os ex-ministros do Interior Claude Guéant e Brice Hortefeux é humilhá-lo, Herzog respondeu: “certamente”.

Enquanto aguarda a sentença do recurso que vai formalizar, o advogado insistiu que Sarkozy, presidente entre maio de 2007 e maio de 2012, “não está acima das leis, mas também não está abaixo”.

Os juízes instrutores o acusaram no segundo dia de seu comparecimento, sob detenção, diante dos policiais encarregados da investigação pelas suspeitas que pesam sobre ele de ter recebido dinheiro do regime do antigo líder da Líbia, Muammar Gaddafi, para sua vitoriosa campanha eleitoral, em 2007, onde derrotou no segundo turno a socialista Segolene Royal.

Para Herzog, tendo em vista o contexto midiático e dos diferentes vazamentos para a imprensa, este procedimento judicial era “a crônica de uma acusação anunciada”.

Em sua opinião, “é hora de a verdade judicial chegar” em lugar da “midiática”.

Sobre a veracidade do dossiê, afirmou que o que há é “um acúmulo de testemunhos do clã Gaddafi (…) que não são concordantes”, e que “não há o menor elemento material”.

Ele ressaltou em que esses testemunhos só começaram quando Sarkozy recebeu no dia 10 de março de 2011, o Conselho Nacional de Transição, que reunia opositores ao regime de Gaddafi.

“É uma operação montada”, insistiu, antes de desacreditar a ação do site de notícias “Mediapart”, que esteve na origem da investigação, publicando em 2012 uma nota atribuída ao chefe dos serviços de Gaddafi, Musa Kusa, sobre a concessão em 2006 de uma verba de 50 milhões de euros para a campanha de Sarkozy.

O advogado lembrou que esse documento, que ele considera falso, foi publicado pelo site entre os dois turnos das eleições presidenciais de 2012, Sarkozy acabou sendo derrotado para o socialista François Hollande.

O próprio Sarkozy foi entrevistado ontem à noite no noticiário de maior audiência do país, onde aproveitou para repetir sua posição de que os depoimentos de quem ele chama de “grupo de Gaddafi”, composto por “assassinos e vigaristas”, que querem se vingar, pois ele liderou a coligação internacional para derrubar seu regime em 2011.

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