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“Achei que ele estivesse encenando”, diz ex-PM envolvido em homicídio no Carrefour

Ex-PM disse em depoimento à Polícia Civil que achou que João Alberto Silveira Freitas estava fingindo quando ficou desacordado e morreu

atualizado

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Reprodução/Redes Sociais
cliente agredido e morto por seguranças do supermercado Carrefour
1 de 1 cliente agredido e morto por seguranças do supermercado Carrefour - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo – O ex-PM Giovane Gaspar da Silva, um dos envolvidos na morte de João Alberto Silveira Freitas, cidadão negro espancado em um supermercado Carrefour em Porto Alegre (RS), disse em depoimento que acreditava que João Alberto estava encenando quando ficou desacordado após espancamento.

“Constatando que João Alberto havia parado de reagir e que, ao olhar para seu rosto, estava com os olhos abertos, pensou que ele estivesse fingindo e que, a qualquer momento, poderia voltar a reagir”, diz depoimento elaborado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul.

“Depois chegou outro senhor e falou: ‘Cara, acho que ele tá morto’. Sinceramente, achei que ele, naquele momento, estivesse encenando”, disse Giovane durante o depoimento.

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Giovane Gaspar da Silva está preso temporariamente e foi expulso da Brigada Militar na sexta-feira (4/12).

No depoimento, Giovane Gaspar da Silva também declarou que não trabalhava para o Grupo Vector, contratada pelo Carrefour para fazer a segurança do mercado. Segundo o ex-PM, ele tinha sido contratado por um colega para cobrir a folga dele. Ele tinha ido ao Carrefour no dia 18 de novembro e visava “complementar renda”.

No entanto, Giovane tinha um contrato intermitente em regime CLT com a empresa. Após o ocorrido, ele foi demitido.

Detalhes do incidente

Para a Polícia Civil, Giovane relatou que, na noite do dia 19 de novembro, foi chamado por rádio para resolver um problema entre um cliente e uma fiscal da loja. “Quando cheguei, cheguei caminhando tranquilo, e vi que ele tava encarando muito a fiscal”, declarou.

João Alberto então decidiu sair da loja por conta própria e Giovane o acompanhou. Segundo Giovane, eles caminharam sem trocar provocações, até que em dado momento João Alberto se virou contra Giovane e lhe desferiu um soco.

“Ele simplesmente parou e me deu um soco, simplesmente. A minha primeira reação foi tentar pegar ele. Em nenhum momento eu quis dar soco nele. Eu ia imobilizar ele e deu, sabe? Eu não tive outra opção naquele momento senão golpear, sabe, eu não tive opção”, declarou Giovane Gaspar da Silva em depoimento.

A partir desse momento Giovane tem a companhia do também segurança Magno Braz, que espancam João Alberto, enquanto são observados pela fiscal Adriana Alves.

Em depoimento, Adriana Alves disse que pediu para que Giovane e Magno cessassem de bater no homem. Mas no depoimento de Giovane, ele diz que a fiscal não fez nenhum pedido nesse sentido.

Segundo a Polícia Civil, a fase de depoimentos do inquérito está encerrada. Foram ouvidas 40 pessoas. Agora a entidade aguarda a conclusão dos laudos da necropsia do corpo de João Alberto e de toxicologia.

O Carrefour anunciou na sexta-feira (04/12) que deixará de terceirizar a área de segurança de suas lojas.

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