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Rebeldia de Ciro não basta para que tenha esperança de se eleger

Programa de governo não ganha eleição, mas o candidato do PDT à sucessão de Bolsonaro foi o único até agora a apresentar um

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Ciro Gomes de perfil, andando de máscara, fotografado sob painel com sua própria foto sorrindo - Metrópoles
1 de 1 Ciro Gomes de perfil, andando de máscara, fotografado sob painel com sua própria foto sorrindo - Metrópoles - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

Para os jovens, uma campanha careta. Para os caretas, uma campanha confusa. Em tempos de Tik Tok, o lançamento da pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT) a presidente da República foi marcado por duas peças exemplares.

A primeira, um vídeo de 2 minutos e 9 segundos veiculado no YouTube no qual Ciro se oferece como “O Rebelde da Esperança”. Em 18 horas de exposição, foi visto por 18 mil pessoas. O vídeo vale-se da linguagem gasta de campanhas passadas.

A segunda peça foi o discurso do candidato, que durou quase 1 hora. Quatro vezes ele pediu desculpas por se alongar, justificando que o momento exigia. Mimetizou Leonel Brizola, o fundador do PDT, na saudação: “Meus irmãos, minhas irmãs”.

E apresentou um programa de governo que, por sua ambição, dificilmente poderá ser realizado em um único mandato, talvez nem em dois. Ciro disse ser contra a reeleição, e que se ganhar em outubro próximo, dará um jeito de acabar com ela.

O discurso foi transmitido ao vivo pela GloboNews e emissoras de rádio. Se o público ao qual Ciro se dirigiu foram as 70 pessoas, entre políticos e militantes do PDT, reunidas em Brasília, sua fala detalhista em excesso pode ter funcionado. A conferir.

Para quem estava em casa, foi uma fala cansativa e pecou pela falta de emoção e de frases que ficassem na memória dos que a ouviram. Se programa de governo vencesse eleição, ele estaria eleito porque é o único pré-candidato a dispor de um até agora.

Ciro defendeu a revisão do teto de gastos e da política de preços da Petrobras. Prometeu taxar as grandes fortunas, fazer a reforma tributária, financiar a compra de celulares em 36 prestações e dar internet de graça para os brasileiros mais pobres.

Chamou o ex-juiz Sergio Moro de “lambe-botas de Bolsonaro” e “inimigo da República”, e João Doria (PSDB), governador de São Paulo, de “viúva de Bolsonaro”. Criticou Lula, dizendo que para ele “o Brasil é apenas um objeto”. Despediu-se abraçando sua mulher.

É a quarta vez que Ciro disputa uma eleição presidencial. Será a última, caso perca. Enfrenta a resistência de parte do PDT que não acredita no sucesso de sua candidatura. Não conseguiu ainda fechar aliança com nenhum outro partido.

Está ensanduichado por Lula, pela esquerda, e Bolsonaro, pela direita. Nas pesquisas de intenção de voto está atrás de Moro. Enquanto Lula caminha na direção do centro, Ciro faz acenos à esquerda, como fez com o seu discurso.

Se fosse vivo, Brizola, hoje, completaria 100 anos. Ele morreu depois de ser derrotado duas vezes para presidente, e uma para vice na chapa de Lula. A pretensão de Ciro é chegar onde Brizola não conseguiu. É o maior desafio de sua vida, mas não está fácil.

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