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Quem sentia saudades de Dino no Congresso agora tem Haddad

Os que pedem para apanhar porque gostam

atualizado

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Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Foto colorida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Câmara dos Deputados - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Câmara dos Deputados - Metrópoles - Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Não obstante o interesse dos autores do convite que pretendiam acuá-lo com perguntas que o deixassem mal nos vídeos gravados e editados depois por seus assessores, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou da audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. E ao invés de ser lacrado, foi ele que mandou bem.

O ambiente no Congresso mais conservador da sua história recente continua desfavorável a quem apareça por lá para defender o governo Lula. Quando Flávio Dino, então ministro da Justiça, hoje do Supremo Tribunal Federal, era convidado para depor na Câmara ou no Senado, o certo era que ele venceria o debate, e com humor.

Haddad repetiu Dino. Não deixou pergunta ou acusação sem resposta. Ao deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-RS), que acusou o governo de maquiar os dados referentes às contas públicas, Haddad aconselhou: “Não vale a pena trabalhar com fake news”, acrescentando em seguida:

“Só dois presidentes deram calote: Collor e Bolsonaro. Aí vem Lula e paga o calote. ‘Ah, olha o déficit que o presidente Lula fez’. Esse déficit não é nosso. O filho é teu, tem que assumir a paternidade, faz o exame de DNA que vai saber quem deu calote.”

O deputado bolsonarista Abílio Brunini (PL-MT) disse que Haddad era “um negacionista da economia”. Resposta do ministro:

“Essa é a prática do bolsonarismo, não querer ouvir. ‘A vacina, sou contra’. Não quer ouvir. O senhor me chama de negacionista? Eu defendi a vacina o tempo todo. A terra é redonda o tempo todo. Vocês negam que a terra é redonda, vocês negam a vacina, vocês negam que deram o calote em precatório, calote em governador.”

A discussão com o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) foi sobre o ICMS cobrado sobre importações. A certa altura, Haddad provocou-o:

“Pega o microfone e fala mal do Tarcísio (de Freitas, governador de São Paulo). Coragem, deputado. Fala, deputado. Feche a porta para ouvir e parar de lacrar na rede.”

Nas quase cinco horas de depoimento de Haddad ainda houve espaço para o show de Madonna no Rio de Janeiro:

“O deputado Abílio me acusa de gostar de filmes, livros e músicas. Eu gosto da cultura, eu sei que o bolsonarismo tem dificuldade com as artes. Vocês não gostam. Vocês vão ter que aprender a respeitar um dos maiores patrimônios deste país”.

Perguntou-lhe de supetão um deputado

“Tipo a Madonna? Tipo o show da Madonna?”

Resposta de Haddad:

“Deputado, isso não é problema seu, não vá ao show da Madonna, quem gosta vai.”

Pano rápido.

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