metropoles.com

Em cena, Bolsonaro trapaceia com Costa Neto que trapaceia com ele

Faz parte do espetáculo da política

atualizado

Compartilhar notícia

Alan Santos/PR
Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro - Foto: Alan Santos/PR

Ninguém manda o presidente da República tomar no cú, muito menos por escrito. Um político experiente, frio e calculista como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, jamais faria isso.

Personagem do mensalão do PT, condenado e preso, Costa Neto continuou mandando no partido de dentro da cela e negociando cargos com o governo de Lula, e depois de Dilma.

É da mesma estirpe de Paulo Maluf, que, em 1984, candidato à sucessão de João Figueiredo, o último general-presidente da ditadura, procurou Pedro Simon (PMDB) e pediu seu apoio.

Simon era amigo e eleitor de Tancredo Neves (PMDB), que enfrentaria Maluf. Espantou-se com a ousadia de Maluf em abordá-lo. Segundo a lenda, travou-se então o seguinte diálogo:

– Mas você é ladrão – disse Simon.

– Também não exagere – respondeu Maluf.

Ao fim e ao cabo, o PL deverá ser o destino de Bolsonaro, que precisa de um partido para concorrer à reeleição. A vantagem do PL é ter dono, um único dono. Facilita a negociação.

O PP de Arthur Lira, presidente da Câmara, e de Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil, é uma espécie de federação de siglas, como o atual MDB. E cada legenda tem um dono.

Em número de deputados federais e de senadores, as bancadas do PL e do PP se equivalem. Para onde iria Bolsonaro se rompesse de fato com Costa Neto? Para o REPUBLICANOS?

O REPUBLICANOS é da Igreja Universal. O bispo Edir Mecedo, dono da igreja, não está disposto a abrir mão do partido para Bolsonaro ou curvar-se a todas as suas vontades.

Bolsonaro juntou-se aos filhos em Dubai para exigir mais concessões além das que Costa Neto fez. Um dos filhos, Eduardo, está interessado no caixa do REPUBLICANOS em São Paulo.

Carlos, o vereador no Rio, advertiu o pai que sua filiação ao PL pegou mal entre os bolsonaristas e poderá beneficiar Sergio Moro (PODEMOS). É necessário, pois, justificá-la melhor.

Bolsonaro não pintou, bordou e disse que jamais reconheceria os resultados das próximas eleições a não ser se trocassem o voto eletrônico pelo voto impresso? Não recuou?

Não chamou Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, de canalha, disse que deixaria de respeitar suas decisões, e depois apelou para Michel Temer e recuou?

Política é teatro. Bolsonaro, um ator razoável. Suas palhaçadas seguram a atenção da plateia.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?