Bons tempos aqueles em que bandido era bandido, polícia era polícia
A lição que Alcolumbre não aprendeu
atualizado
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Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ainda não havia nascido quando Lúcio Flávio Vilar Lírio, precursor na década de 1970, no século passado, dos assaltos a bancos no Brasil, pronunciou a frase que o tornaria famoso:
“Bandido é bandido, polícia é polícia.”
Bons tempos aqueles em que bandido não se misturava com policial e vice-versa. Hoje não é assim. Mas a frase esconde outra lição: bandido, não espere ser tratado pelo que não é. E Alcolumbre poderia ter aprendido com isso. Segurou a indicação de André Mendonça para o Supremo, então pegaram um primo dele.
Operação deflagrada pela Polícia Federal contra um grupo envolvido no tráfico internacional de drogas prendeu Isaac Alcolumbre, primo de Davi, cuja mulher trabalha no gabinete do senador. Isaac é dono de um aeródromo no Amapá que dava apoio logístico a aeronaves que transportavam drogas.
Outro dia vazou a gravação de uma conversa antiga de Davi com um desembargador do Amapá que lhe pediu para empregar sua amante em troca de favores. Davi atendeu ao desembargador e depois foi atendido por ele. Não deveria estranhar que logo agora tudo isso venha à tona. O jogo no poder é sempre pesado.