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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por <strong>Ricardo Noblat</strong> e equipe

Blog do Noblat

Aroeira – 26 4 2024

Charge do Aroeira

<p style="font-weight: 400;">Israel deveria participar ou ser proibido de participar das Olimpíadas de Paris? Respostas de 2.077 leitores:<br />
Participar &#8211; 18,4%<br />
Ser proibido &#8211;<strong> 81,6%</strong></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
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Bandeira de Israel tremulando com muro antigo ao fundo -- Metrópoles

israel bandeira

Os Jogos Olímpicos e Israel

<p><i>&#8220;Não, sr. Netanyahu [primeiro-ministro de Israel]. Não é antissemita ou pró-Hamas apontar que em pouco mais de 6 meses o seu governo matou 34 mil palestinos e feriu mais de 77 mil, dos quais 70% são mulheres e crianças&#8221;.</i> (<b>Bernie Sanders,</b> senador americano de ascendência judaica)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-frases-do-dia-quadrado-1"></div></div>
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Bernie Sanders

Frase do dia

Guga Noblat

<p style="font-weight: 400;">O que você recomenda? Que Bolsonaro continue calado até seu último dia de governo ou que volte a falar? Respostas de 3.141 leitores:<br />
Que continue calado &#8211;<strong> 91,6%<br />
</strong>Que volte a falar &#8211; 8,4%</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
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<p>Reprodução/Redes sociais</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div>
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Jair Bolsonaro em vídeo gravado a apoiadores

Vídeo. Bolsonarista hostiliza Ciro Gomes em aeroporto de Miami: “Traidor”

Aliado de Bolsonaro, governador do Rio planeja ir à posse de Lula

Após reclusão, Bolsonaro participa de evento militar no Rio de Janeiro

Lula vai reabrir Alvorada para visitação, proibida na gestão Bolsonaro

Bolsonaro deve falar ou ficar calado?

Boletim Metrópoles 2ª edição: entenda o que muda na reforma tributária; mulheres moram no McDonald's; e depoimento de Musk. Assista

Bolsonaro deve falar ou ficar calado? | Metrópoles

Da Redação

<p style="font-weight: 400;">O Brasil não tem tradição de homenagear os seus homens públicos. Na semana de seu aniversário, presto um tributo a José Sarney. Muito me admiro em seus exímios textos, onde em muito aprendo.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">José Sarney é um dos mais representativos políticos da história contemporânea de nosso país. Junto com Tancredo Neves e Ulisses Guimarães, fizeram a redemocratização do Brasil. Uniu-se a política mineira, a eficiência paulista, e a perseverança nordestina. Nas palavras de Euclides da Cunha, “<em>o sertanejo é antes de tudo um forte</em>”. Nas palavras de Guimarães Rosa, “<em>eu quase que nada não sei, mas desconfio de muitas coisas</em>”, nas Minas Gerais. E como sabemos, no dito do Ipiranga, “<em>São Paulo</em> <em>não pode parar</em>”.</p>
<p style="font-weight: 400;">No Itamaraty, a festa da posse que nunca ocorreu. Com a morte do saudoso Tancredo Neves, Sarney assume a Presidência da República. Nas sábias palavras de Ulisses Guimarães, “<em>é a Constituição, Sarney</em>”.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Na Presidência, fez o Plano Cruzado, prenúncio e base do bem-sucedido Plano Real. Governou durante a Constituinte de 1987-1988, deixando o nosso país em sua democracia eleitoral, na transposição de um paradigma. Político, jornalista, e membro da Academia Brasileira de Letras, de que hoje tanto representa a diversidade brasileira, da qual tanto nos orgulhamos.</p>
<p style="font-weight: 400;">Sarney experimentou em sua vida, com participação e percepção, momentos históricos de nossa história, de Getúlio aos nossos dias, na condição de ator, intérprete, e testemunha do relevante. Seus textos hoje exprimem a sapiência e ponderação de fatos que ocorreram, do alto de quem foi Presidente, mas na simplicidade da relevância.</p><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Nestes tempos atuais, de tantas dissensões e falta de consenso, Sarney pode em muito ajudar na compreensão para um país melhor. Elo a ser ouvido, intérprete, e conselheiro, da nação.</p>
<p style="font-weight: 400;"><em>Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus</em></p>
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Imagem colorida do ex-presidente José Sarney no Congresso Nacional - Metrópoles

josé sarney

Um tributo a José Sarney (por Ricardo Guedes) 

Vinícius Nunes

<p><span style="font-weight: 400;">Foi complicado encontrar o deputado federal <a href="https://www.metropoles.com/tag/aecio-neves">Aécio Neves</a> (PSDB-MG) na Câmara dos Deputados em 2024. Ele, que foi o segundo colocado nas eleições presidenciais de 2014, agora se mantém discreto, circulando pelas beiradas do Salão Verde, cumprimentando apenas aqueles que o procuram e observando de longe as acaloradas discussões no Plenário.</span></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p><span style="font-weight: 400;">Aécio esteve 13 dias trabalhando em 2024, faltou em 9 sessões —todas justificadas.  Esteve em apenas uma das reuniões deliberativas da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, da qual é titular, em 13 de março. O deputado participou de 33 votações em Plenário, mas se ausentou na votação mais importante do ano, até agora: a manutenção da prisão de <a href="https://www.metropoles.com/brasil/camara-prisao-chiquinho-brazao">Chiquinho Brazão</a> (RJ), acusado de mandar matar Marielle Franco. Aécio foi uma das 28 abstenções.</span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">No ano em que disputou o Senado Federal, em 2010, Aécio obteve 7,5 milhões de votos. Quatro anos depois, no segundo turno da disputa presidencial de 2014, contra <a href="https://www.metropoles.com/tag/dilma-rousseff">Dilma Rousseff</a> (PT), o tucano conquistou pouco mais de 51 milhões de votos. Para o mandato atual, teve apenas 85.341 votos.</span></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p><span style="font-weight: 400;">Neste ano, Aécio assumiu a presidência do Instituto Teotônio Vilela, núcleo teórico do <a href="https://www.metropoles.com/tag/psdb">PSDB</a>, e lançou o “Farol da Oposição”, um site que compila as posições e votos do partido no Congresso Nacional. No entanto, segundo o Radar do Congresso, do site Congresso em Foco, o PSDB tende a votar 78% das vezes com o governo na Câmara dos Deputados, um percentual superior ao do <a href="https://www.metropoles.com/tag/uniao-brasil">União Brasil</a> (76%), que faz parte do governo e detém dois ministérios.</span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">No Senado, o resultado é um pouco diferente. O senador Plínio Valério (AM), o <a href="https://www.metropoles.com/colunas/grande-angular/apos-27-anos-no-psdb-izalci-se-filia-ao-partido-de-jair-bolsonaro">único que restou após a saída de Izalci Lucas</a> (PL-DF), vota 58% com o governo, uma taxa coincidível com a posição que o partido toma na casa.</span></p><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div>
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<p><span style="font-weight: 400;">Essa tendência do PSDB de se alinhar com o governo reflete uma crise interna que vem se arrastando desde 2014. Naquele ano, o impacto da derrota eleitoral e o subsequente pedido de recontagem dos votos marcaram o início de uma decadência partidária que parece culminar na morte teórica da sigla em 2024. </span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">Um exemplo disso é o cenário em São Paulo, onde, após 28 anos, o PSDB perdeu o comando do Estado, além de todas as cadeiras de vereadores na capital, e pela primeira vez desde sua fundação em 1988, não deve apresentar candidato a prefeito. Naquela ocasião, lançaram José Serra, que obteve apenas 4% dos votos.</span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">A trajetória do PSDB não apenas sublinha uma crise interna profunda, mas praticamente decreta o fim da relevância do partido no cenário político nacional. O alarmante prognóstico para as próximas eleições municipais no Estado de São Paulo, onde espera-se que o partido não consiga eleger sequer a metade dos prefeitos que possui atualmente (310) e possivelmente nenhum vereador na capital, são sintomas de uma agonia que parece não ter mais volta. </span></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-3"></div></div>
<p>Além disso, o risco de perder Raquel Lyra (PE) do quadro de governadores, enquanto ela apela por uma revisão da postura oposicionista ao governo Lula (PT), é um indicativo claro de um partido em desintegração. A perda de 15 mil filiados em um ano apenas adiciona peso à tese de um partido em processo de deterioração irreversível. A menos que ocorra uma reformulação radical, o partido está fadado a desaparecer no redemoinho de sua própria irrelevância.</p>


Aecio-Neves-na-reuniao-da-executiva-do-PSDB-igor-estrela

Solidão de Aécio Neves evidencia encolhimento e morte do PSDB

<p style="font-weight: 400;"><strong>17:55</strong><br />
Reflexões ao cair da noite:</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<ol>
<li style="font-weight: 400;">O ministro José Dirceu, chefe da Casa Civil da presidência da República, disse hoje que a troca de comando em cargos na administração federal para acomodar nomes indicados pelo PMDB em nada mudará o programa do governo Lula.</li>
</ol>
<p style="font-weight: 400;">(Bem, então se trata apenas do toma-lá-me-dá-cá que o PT sempre condenou. Ou seja: me dá seu voto e que lhe dou um cargo. Os partidos que apoiam o governo não têm ideia alguma, proposta alguma que possa enriquecer o programa do governo? Lula teve maioria para se eleger, mas o PT não tem para governar. Seria razoável imaginar que o programa de governo fosse um programa dos partidos que sustentam o governo no Congresso – e não apenas o programa do PT. Ou estou sendo ingênuo? Acho que estou.)</p>
<ol start="2">
<li style="font-weight: 400;">Vai fazer um ano que Lula anunciou o “espetáculo do crescimento”. O que se viu depois foi o espetáculo do encolhimento da economia e do aumento do desemprego. Ele hoje disse no interior de São Paulo:<em>“Quando tomei posse, a impressão que eu tinha era a de que o Brasil estava numa UTI. Hoje digo que ele saiu da UTI e já está andando pelos corredores do hospital”.</em></li>
</ol>
<p style="font-weight: 400;">(Quando sair do hospital – se um dia sair -, o Brasil terá que saber para onde ir. O governo Lula ainda não disse para onde deseja levá-lo. Por enquanto, o governo não enxerga outro caminho que não seja o mesmo por onde o país seguiu até chegar ao hospital. Talvez ele permaneça internado até o fim do mandato de Lula com a diferença apenas de não mais precisar dos cuidados de uma UTI.)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<ol start="3">
<li style="font-weight: 400;">Uma equipe de cientistas de Palau, no sul do Pacífico, vai equipar tubarões com câmeras de vídeo para estudar seus hábitos e poder protegê-lo do seu predador mais perigoso – o homem.</li>
</ol>
<p style="font-weight: 400;">(Aqui, poderíamos equipar os políticos com algum tipo de sensor que nos permitisse conhecer suas verdadeiras intenções antes de lhes darmos o voto. Talvez bastasse um detector de mentiras. Em ano de eleição, seria especialmente útil.)</p>
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Lula, por Orlando Brito

HÁ 20 ANOS – O espetáculo do crescimento ficará para depois

<p><span style="font-weight: 400;">Ao receber do ministro da Fazenda, </span><a href="https://www.metropoles.com/tag/fernando-haddad"><span style="font-weight: 400;">Fernando Haddad</span></a><span style="font-weight: 400;">, os projetos de regulamentação da reforma tributária, o presidente da Câmara, </span><a href="https://www.metropoles.com/tag/arthur-lira"><span style="font-weight: 400;">Arthur Lira</span></a><span style="font-weight: 400;"> (PP-AL), expôs que leva a aprovação dos textos como projeto pessoal no fim do seu mandato como chefe da casa.</span></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p><span style="font-weight: 400;">O legado que Lira quer construir seria o de fiador da reforma tributária, bem como o principal incentivador da pauta verde que já passou pela Câmara. A aliados, o presidente garante que todos os projetos de regulamentação passarão pela casa até o fim de 2024, mesmo que o Senado faça alterações e os textos tenham que voltar aos deputados. </span></p>
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    </li>
    </ul>
  </div>
<p><span style="font-weight: 400;">Mesmo com a “boa vontade” de aprovar tudo neste ano, Lira vai atrasar a discussão em pelo menos uma semana, já que, a pedido dos congressistas, não marcará nenhuma sessão na semana de 28 de abril. Isso porque na próxima quarta-feira (1º/05), ocorre o feriado do Dia do Trabalhador, a Câmara vai emendar e transformará a semana em um feriadão.</span></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p><span style="font-weight: 400;">Deputados só voltarão a trabalhar na semana de 6 de maio. Portanto, contando com esta sexta-feira (26/04), serão 10 dias de folga.</span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">Ainda assim, o presidente da Câmara garante que já terá escolhido o relator da regulamentação da reforma tributária até a segunda semana de maio. </span></p><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div>
<blockquote><p><span style="font-weight: 400;">“Nós ainda nem discutirmos se vão ser dois relatores. Tem deputados pedindo para que se crie dois núcleos sem ser comissão especial, como se fossem dois grupos de trabalho para dar oportunidade que mais parlamentares participem dessa discussão” — Arthur Lira a jornalistas em 24 de abril.</span></p></blockquote>
<p><span style="font-weight: 400;">O que é certo, é que o presidente da Câmara não vai seguir a orientação do presidente Lula (PT) sobre manter o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) como o relator.</span></p>
<div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-3"></div></div></p>

Imagem colorida de Haddad e Arthur Lira - Metrópoles

Lira encontra Haddad tributaria final

Lira quer tributária como legado, mas atrasa discussão com feriadão

<p>Mocidade, orador popular de sucesso no final dos anos 1960 em João Pessoa, capital da Paraíba, vivia de favores que lhe prestava o governador da época, João Agripino (UDN), seu admirador.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Dormia no Palácio da Redenção, sede do governo, e, quando queria, ali se alimentava. À noite, vez por outra, Agripino o chamava para jogarem conversa fora. Julgava-o muito inteligente e divertido.</p>
<p>Um dia, a propósito de uma manifestação estudantil no Ponto Cem Réis, no centro da cidade, Agripino soube que o orador que mais atacava seu governo era justamente Mocidade. Avisado pelo chefe da polícia, Agripino decretou:</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p><em>“Deixe os estudantes em paz, mas me traga Mocidade de imediato”.</em></p>
<p>Mocidade escapou antes de ser preso, mas à noite apareceu no palácio para dormir. Agripino convocou-o à sua presença. Os dois travaram o seguinte diálogo que cito de memória:</p><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div>
<p><em>“Seu Mocidade, quem lhe dá de comer?”</em> – perguntou Agripino.</p>
<p><em>“O senhor”</em>, respondeu Mocidade.</p>
<p><em>“Eu, não, o governo da Paraíba. E quem lhe dá abrigo para dormir?”</em></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-3"></div></div>
<p><em>“Bem&#8230; É o governo da Paraíba”,</em> retrucou Mocidade.</p>
<p><em>“Então, por que o senhor aproveita uma manifestação estudantil para atacar o governo?”</em> – insistiu o governador.</p>
<p>Mocidade fez uma pausa e disse:</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p><em>“É que governo só serve para apanhar, meu doutor”.</em></p>
<p>Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, não é governo. Mas é uma figura pública poderosa, capaz de ajudar ou infernizar a vida de governantes. Bolsonaro não tem queixas dele, mas Lula tem demais.</p>
<p>Desse tipo de figura espera-se que tenha o casco mais grosso, mas esse não foi o caso de Lira que acionou a Polícia Legislativa contra o influenciador digital Felipe Neto, que se referiu a ele como “excrementíssimo”, em alusão ao pronome “excelentíssimo”.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-4"></div></div>
<p>Em nota, Lira afirmou que Neto foi autuado no crime de injúria qualificada. O crime de injúria tem pena prevista de prisão de um a seis meses, ou multa.</p>
<p>Injúria qualificada aumenta a pena de prisão em um terço quando o crime for cometido contra servidores públicos no exercício das funções, e os presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal.</p>
<p>Neto respondeu no X, ex-Twitter, que as “ações e inações” de Lira são, em grande parte, “nocivas e extremamente reprováveis”. E defendeu-se:</p><div class=""><div id="taboola-mid-article-reco-reel"></div>
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<p><em>&#8220;Minha intenção, ao citar &#8216;excrementíssimo&#8217;, foi claramente fazer piada com a palavra &#8216;excelentíssimo&#8217;, uma opinião satírica, jocosa, evidentemente sem intenção de ofensa à honra&#8221;.</em></p>
<p>Uma vez, Bolsonaro pediu que seu ministro da Justiça, André Mendonça (hoje ministro do Supremo), me processasse com base na Lei de Segurança Nacional. Meu crime: ter publicado uma charge de Aroeira que o ligava à suástica nazista.</p>
<p>O processo acabou não dando em nada. Como não dará em nada o processo de Lira contra Neto. Ultimamente, Lira está muito sensível. Um dia chama de “incompetente” e de “desafeto pessoal” dele o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.</p>
<p>No outro, depois de encontrar-se com Lula, retira o “incompetente” e a condição de Padilha de “desafeto pessoal”. Está próximo o fim do mandato de Lira como presidente da Câmara – termina em fevereiro. Talvez por isso, ele anda com os nervos à flor da pele.</p>


Arthur Lira acompanha a sessão Plenário da Câmara dos Deputados, que define o destino do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco 3

Arthur Lira põe em xeque a liberdade de expressão

<p style="font-weight: 400;">“Sabes, é que há 50 anos não podias andar aqui, no meio da avenida, com um cravo na mão”. Francisco, de 11 anos, ouvia com toda a atenção as palavras claras e pausadas do pai, Fernando Rodrigues, 54, que, com uma mão em cima do ombro do rapazito sardento e de óculos de massa, fazia o enquadramento lógico daquela romaria a que se juntaram, a meio da tarde desta quinta-feira, como tantos milhares de outras pessoas. Num momento de grande emotividade, cantou-se pela liberdade individual e colectiva, esconjuraram-se todos os que defendem o oposto.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Fernando, trabalhador de uma multinacional do ramo automóvel, nunca antes desfilara pela Avenida da Liberdade para assinalar o 25 de Abril. Mas, este ano, mudou de ideias, porque sentiu que a ocasião lhe pedia. “Há uns ventos menos favoráveis a pairar no ar. Começamos agora a ouvir falar de família e pátria, outra vez. É estranho quando isso acontece”, afirma. Por temer pelo futuro colectivo, quis trazer também o filho. Também para que sentisse a alegria da liberdade, de poder falar sem medo.</p>
<p style="font-weight: 400;">As preocupações de Fernando sintetizam, em grande medida, o espírito de imensa mole humana que se uniu para descer a principal avenida da capital e, em uníssono, gritar, alto e bom som, “25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!”. Mas também cantar Grândola, Vila Morena, de José Afonso, outras canções associadas ao imaginário popular como pertencentes ao ideário da “revolução dos cravos”, mas também o hino nacional.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Não que tal destoasse de todas as outras 49 prévias celebrações do aniversário do derrube da ditadura do Estado Novo, em 25 de Abril de 1974. A diferença foi que, este ano, toda essa espécie de liturgia cívica ganhou novo enlevo, em consequência do contexto político-partidário relacionado com a forte presença de um partido de direita radical populista, o Chega na Assembleia da República, em resultado das eleições de 10 de março.</p>
<p style="font-weight: 400;">Os cinquenta deputados desse partido funcionaram, então, como uma sombra negra a pairar sobre a celebração dos 50 anos da democracia. Uma espécie de rima indesejada a impelir muita gente a sair de casa e a encher muitas ruas do país e, claro, a Avenida da Liberdade. Foi o caso de João Graça, 40 anos, médico e músico, que, pelas 14h, uma antes do início oficial do desfile, já aguardava, junto à estátua do Marquês de Pombal, e com indisfarçável expectativa, o que aí viria.</p><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">“Há um imenso simbolismo nesta ocasião, não apenas por serem os 50 anos do 25 de Abril, mas, mais ainda, pelo que estamos a viver. Sentimos que a democracia pode estar em risco, com a ascensão da extrema-direita”, diz, num plural a incluir não apenas mulher, Catarina, mas também a filha Clara, de quatro anos, e um grupo de amigos. Com eles, fez uma tarja onde se podia ler “É urgente o amor”. Ao PÚBLICO explica a razão de ser: “Acredito que o amor e a liberdade são sempre mais fortes que o ódio e o medo.” Por acharem o mesmo, muitos outros aderiram este ano a esta festa comunal com redobrado significado.</p>
<p style="font-weight: 400;">Foi o caso de Iris Samissone, 32 anos, que, juntamente com o companheiro, Tiago Ramos, 34, e a filha, Glória, de quatro anos, vieram de Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira para se juntarem, também eles pela primeira vez, ao cortejo de celebração do meio século da revolução de Abril. “Depois do que aconteceu nas últimas eleições, só podia fazer sentido estar aqui presente. É inegável o que se está a passar”, afirma, emotiva, já perto da Praça dos Restauradores, após ter gritado “fascismo nunca mais!” num dos muitos apelos colectivos feitos durante o desfile.</p>
<p style="font-weight: 400;">Um pouco mais acima, na extremidade do passeio, enquanto assistia à incessante torrente humana que vogava pela avenida, Nina Ramos, 49, mostrava um cartaz onde se podia ler, de um lado, “Otero, facho, fica tu com o tacho”, e, do outro, “Nós não somos o ventre da Nação!”. Uma alusão às recentes palavras do constitucionalista Paulo Otero sobre o papel da mulher, na apresentação do livro Identidade e Família, e segundo o qual a mesma deveria assumir, sobretudo, o papel de “dona de casa”.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-3"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">“Tínhamos de vir para a rua. Isto está muito perigoso, estamos a assistir ao regresso de ideias perigosas, como a de uma masculinidade que tenta oprimir”, afirmou a produtora teatral, que se fazia acompanhar de Rita Afonso, a filha de 17 anos. Também a ela a empunhar um cartaz onde escreveu “Fascismo nunca mais”. Tal como a mãe, diz que sentiu necessidade de vir “porque estas ideias estão a voltar, como uma bola de neve, e, às vezes, de pessoas de quem nem imaginaríamos”.</p>
<p style="font-weight: 400;">Já no Rossio, Andreia Brotas, 73, confessa o mesmo tipo de preocupações. Em 25 de Abril de 1974, tinha 23. Lembra-se de ter vivido a ocasião “com muita alegria, com muita euforia” e sente que o país mudou muito, desde então. Mas não se sente satisfeita com o estado do país. Não apenas pela “muito preocupante” ascensão da extrema-direita, mas também porque “há ainda muita coisa por conquistar na democracia, como a habitação, a educação ou saúde”. No fundo, reivindicações semelhantes àquelas a que aspiravam os que acordaram, há meio século, para o dia inicial inteiro e limpo do poema de Sophia de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Sophia_de_Mello_Breyner_Andresen">Mello Breyner Andresen</a>.</p>
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IMG_1636

O povo é quem ordena, canta Portugal nos 50 anos do 25 de abril

<p><span style="font-weight: 400;">O ministro Rogerio Schietti Cruz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), negou o fim das medidas cautelares contra Luiz Antonio Mendes, filho do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). O empresário é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre um esquema ilegal de aquisição de mercúrio para o garimpo de ouro.</span></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p><span style="font-weight: 400;">Ele foi alvo da Operação Hermes, que apura crimes ambientais não só no Mato Grosso, mas como em outros Estados do país. Luiz Mendes é apontado como o operador do esquema de compra de mercúrio desviado, utilizado na extração de ouro, pelas empresas Kin Mineração e da Mineração Aricá, das quais é sócio.</span></p>
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<p><span style="font-weight: 400;">As empresas teriam declarado a produção de ouro, mas sem reportar a aquisição legal mercúrio, usado para “limpar” as pepitas.</span></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p><span style="font-weight: 400;">A Operação Hermes foi a maior ação da PF contra o uso ilegal do elemento químico e foi deflagrada em novembro de 2023. Desde então, Luiz Mendes está proibido de mudar de endereço sem prévia comunicação ao Juízo, sair do país sem autorização judicial e teve o passaporte recolhido.</span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">O investigado alega sofrer coação ilegal do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, onde tramita o caso. </span></p><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div>
<p><span style="font-weight: 400;">O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou contra o fim das medidas cautelares e disse que a seriedade do esquema criminoso justifica as medidas impostas. “Dessa forma, tendo em vista a amplitude do esquema criminoso, verifica-se que a providência cautelar está adequadamente fundamentada, sendo necessária para o resguardo da ordem pública e para a aplicação da lei penal”, diz o parecer.</span></p>


Mauro Mendes e o filho Antonio Mendes abraçados

antonio mendes e mauro mendes

MT: Justiça nega fim de medidas cautelares contra filho do governador

<p style="font-weight: 400;">E se os descobrimentos ainda estivessem por cumprir e se nos faltasse descobrir as pessoas que cá estão? E se, em vez de terras longínquas, nos faltasse agora descobrir pessoas?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Temos em Portugal uma riqueza muito mais maravilhosa do que qualquer conquista colonial: a riqueza de quem escolheu vir viver para o nosso país.</p>
<p style="font-weight: 400;">Não são só as riquezas culturais que os imigrantes trouxeram, mas riquezas individuais: cada imigrante é um português à beira de ser, um indivíduo como nenhum outro, alguém que pode ser a alegria de alguém.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">E se o verdadeiro império fosse o império dos imigrantes? E se o verdadeiro império fosse o império da concórdia, e do respeito, e da festa? E se o verdadeiro império fosse o império da dignidade? E se o quinto império fosse o império dos indivíduos, dos pequenos, dos diferentes, dos bem-dispostos, dos espíritos abertos? E se o quinto império fosse uma sociedade multirracial e multicultural em que os valores comuns fossem a festa, a música, a comida, o vinho, o riso e a curiosidade?</p>
<p style="font-weight: 400;">Detesto fazer mais propaganda à Festa do Avante!, mas parece-me que a Festa do Avante! mostra um caminho para essa felicidade.</p><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Temos aqui em Portugal – já temos, não é preciso ir a lado nenhum – uma riqueza enorme de pessoas com as quais podemos dançar, aprender, conspirar, ir para a frente, voltar para trás, fazermos tudo o que nos apetecer.</p>
<p style="font-weight: 400;">A sociedade portuguesa pode ser a primeira sociedade verdadeiramente moderna do nosso tempo. A maneira de resistir aos nossos defeitos – a nossa tacanhez, desconfiança, mediocridade, inveja – é cedendo preguiçosamente às nossas qualidades – à nossa abertura, à nossa tolerância, à nossa sinceridade, à nossa doçura, ao nosso sentimentalismo.</p>
<p style="font-weight: 400;">Somos um país de braços abertos. Só nos resta escolher quem abraçamos: não só aqueles que falam português, mas aqueles que vêm de países com os quais engraçamos. Somos muito abertos, muito internacionalistas, muito amistosos. Somos portugueses, porra!</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">
<p style="font-weight: 400;">(<em>Transcrito do PÚBLICO</em>)</p>


Lisboa, Portugal

O 25 de Abril que falta (Por Miguel Esteves Cardoso)

<p style="font-weight: 400;">O golpe de Estado contra a ditadura portuguesa levou 5.000 soldados às ruas na madrugada do dia 25 de abril de 1974, assim que ouviram <em>Grândola, vila morena</em> , a canção de José Afonso. Cada um deles desempenhou um papel, crucial ou secundário, para contribuir para o sucesso daquela missão histórica, que foi desdobrada sem violência nem vingança em mais de 40 ações desenhadas pelo <a href="https://elpais.com/internacional/2021-07-25/muere-otelo-saraiva-de-carvalho-el-cerebro-de-la-revolucion-de-los-claveles.html" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://elpais.com/internacional/2021-07-25/muere-otelo-saraiva-de-carvalho-el-cerebro-de-la-revolucion-de-los-claveles.html&amp;source=gmail&amp;ust=1714102030033000&amp;usg=AOvVaw3PYy9EEO9MWMetS4hSGAqh">comandante de artilharia Otelo Saraiva de Carvalho</a> , um dos três membros da liderança do Movimento das Forças Armadas (MFA), constituído por cerca de 300 capitães.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">O golpe transformou-se numa revolução em poucas horas, quando os portugueses saíram às ruas para evitar que a revolta contra o regime, então liderada por Marcelo Caetano, retrocedesse. O gesto de uma empregada de mesa chamada Celeste Caeiro, que distribuía cravos entre os soldados porque não tinha cigarros, deu nome ao que estava a acontecer. Mas antes da festa que aconteceu no país, <a href="https://elpais.com/babelia/2024-04-13/la-libertad-llego-en-abril-hace-50-anos.html" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://elpais.com/babelia/2024-04-13/la-libertad-llego-en-abril-hace-50-anos.html&amp;source=gmail&amp;ust=1714102030034000&amp;usg=AOvVaw32yoRgpjO25clhMjoIRaR5">finalmente livre de 48 anos de repressão e censura</a> , houve vários momentos de tensão em que tudo poderia ter saído dos trilhos. Alguns dos seus protagonistas recordam essas tensões meio século depois.</p>
<p style="font-weight: 400;"><strong>O cabo que desobedeceu à ordem de atirar</strong></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Durante 40 anos, ninguém soube o nome do homem que se trancou em seu tanque para não ter que abrir fogo contra seus companheiros na manhã de quinta-feira, 25 de abril de 1974. Em 2014, após sua identidade ser revelada graças a investigação jornalística de Adelino Gomes e Alfredo Cunha, José Alves da Costa recebeu do Presidente da República a distinção de Grão-Mestre da Ordem da Liberdade. Em 1974 estava no comando de um tanque M47 que saiu às ruas para defender a ditadura. Junto ao rio Tejo, o brigadeiro-general Junqueira dos Reis ordena ao cabo Costa que dispare contra <a href="https://elpais.com/cultura/2022-04-12/portugal-encumbra-a-salgueiro-maia-el-heroe-marginado-de-la-revolucion-de-los-claveles.html" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://elpais.com/cultura/2022-04-12/portugal-encumbra-a-salgueiro-maia-el-heroe-marginado-de-la-revolucion-de-los-claveles.html&amp;source=gmail&amp;ust=1714102030034000&amp;usg=AOvVaw3DpES1Htx3EFQuA9IM6y8b">o capitão Maia</a> e as suas tropas, que percorreram à noite os 80 quilómetros que separam Santarém de Lisboa para derrubar o regime.</p>
<p style="font-weight: 400;">Diante da evasão do cabo, o general saca sua pistola e lhe diz: “Ou abre fogo ou atiro na sua cabeça”. José Alves da Costa acalmou-o, entrou no seu tanque de guerra, fechou a escotilha por dentro e só saiu depois de várias horas, quando a revolução já estava na rua. “Se ele atirasse, só eu morreria. Mas se eu atirasse, dezenas ou centenas de pessoas morreriam. Disparar não era uma opção para mim, só o teria feito se tivesse a certeza de que não causaria danos”, explicou durante uma entrevista na sua aldeia de Balazar, no Minho, em dezembro passado.</p><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div>
<p style="font-weight: 400;"><strong>O sargento que vigiava Marcelo Caetano no carro blindado</strong></p>
<p style="font-weight: 400;">Manuel Correia da Silva foi um dos 240 membros da coluna de cavalaria comandada por Salgueiro Maia. Foi também um dos militares que recebeu um cravo de Celeste Caeiro, quando estavam no Rossio, no centro de Lisboa, sem que nenhum deles soubesse que se batizavam naquela quinta-feira histórica. Mas o mais chocante para o sargento Correia da Silva foi ter de vigiar Marcelo Caetano, símbolo da ditadura, após a sua rendição. O ditador permaneceu durante várias horas sitiado no quartel do Largo do Carmo pelas tropas do Capitão Maia. Depois de entregar o poder <a href="https://elpais.com/internacional/2022-04-25/la-condecoracion-postuma-al-general-spinola-divide-a-portugal-en-el-48-aniversario-de-la-revolucion-de-los-claveles.html" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://elpais.com/internacional/2022-04-25/la-condecoracion-postuma-al-general-spinola-divide-a-portugal-en-el-48-aniversario-de-la-revolucion-de-los-claveles.html&amp;source=gmail&amp;ust=1714102030034000&amp;usg=AOvVaw1LefP65S-5WWMHg-ZHjd3m">ao general António de Spínola</a> , que não pertencia ao Movimento das Forças Armadas (mas isso é outra história), Caetano desce as escadas e entra no carro blindado acompanhado por dois ministros.</p>
<p style="font-weight: 400;">O sargento está sentado ao lado dele. Durante o percurso até ao quartel da Pontinha, onde a liderança rebelde o esperava, ninguém falou. “Em 24 horas o homem que tinha todo o poder tornou-se prisioneiro. As únicas palavras que ouvi dele foram uma resposta que deu a um soldado: &#8216;É a vida&#8217;. Os rebeldes querem uma evacuação pacífica e proteger o ditador da ira dos cidadãos, que estão concentrados no Largo do Carmo. “Demoramos uma eternidade a sair de lá em direção ao posto de comando do MFA porque o povo queria fazer justiça com as próprias mãos. O carro blindado, que pesa toneladas, balançava como um junco e ouvíamos gritos de &#8216;Morte ao fascismo&#8217; e &#8216;Morte a Marcelo Caetano&#8217;.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p style="font-weight: 400;"><strong>O comandante que assaltou o rádio</strong></p>
<p style="font-weight: 400;">A Aeronáutica distanciou-se do levante contra a ditadura, realizado exclusivamente por unidades do Exército, mas alguns de seus oficiais participaram a título pessoal. Foi o caso de José Manuel Costa Neves, engenheiro aeronáutico com patente de comandante, que liderou a ocupação do Rádio Clube Português, estação a partir da qual eram transmitidas todas as comunicações do Movimento das Forças Armadas a partir das 4h26 da manhã. 25 de abril de 1974. Costa Neves protagonizou uma famosa história num dia dado ao surrealismo, quando se esqueceu das pistolas Walter que o seu grupo teve de transportar no assalto à estação. O policial havia trancado o carro com as armas dentro e pediu a um policial que ajudasse a forçar a porta com um arame. Impressionado com os bons modos de Costa Neves, o agente lhe disse: “Se todos tivessem a mesma civilidade que você acabou de demonstrar, a vida dos policiais seria muito mais fácil”.</p>
<p style="font-weight: 400;">Horas depois, o gentil policial acabaria detido no estúdio número 5, onde os rebeldes aprisionavam forças leais ao regime. “A certa altura, para acalmar a tensão que se gerava entre os polícias detidos no estúdio, o que não era estranho dada a pequenez do espaço onde se encontravam, tentei explicar-lhes o que se passava e dei-lhes água e tabaco que estava no bar da estação”, lembrou Costa Neves por e-mail. Ali passou duas noites sem dormir e fez amizade com o locutor Joaquim Furtado, que leu o primeiro comunicado dos rebeldes. O único arrependimento que o acompanha desde aquele dia é não ter pedido desculpas ao policial que o ajudou a arrombar o próprio carro e que acabou preso horas depois.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">
<p style="font-weight: 400;">(<em>Transcrito</em> do <strong>El País</strong>)</p>


Foto colorida da bandeira de Portugal e há construções em volta do mastro

Bolsonaro deve falar ou ficar calado?

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