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PM: falta de manutenção em rádios afeta atendimento de ocorrências

A corporação admitiu que “está com problema no contrato” e tenta resolver o caso junto ao Tribunal de Contas do DF

atualizado

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Pedro Ventura/Agência Brasília
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1 de 1 radio - Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Os rádios usados pela Polícia Militar não funcionam em diversas regiões do Distrito Federal. A corporação está sem contrato de manutenção. O caso é analisado pelo Tribunal de Contas (TCDF). Os equipamentos servem justamente para dar maior agilidade ao atendimento de ocorrências e aos chamados de socorro da população. O problema ficou ainda mais grave após uma das antenas de Ceilândia ser atingida por um raio. Devido à descarga elétrica, foi danificada.

Além de Ceilândia, há registros de falta de comunicação com o 190 – a central de emergências, em Planaltina, Paranoá, Brazlândia e Sobradinho. Segundo policiais que pediram para não serem identificados por medo de represálias, sem o serviço, a população fica mais vulnerável à bandidagem. Em alguns casos, as ocorrências nem chegam a ser atendidas.

As viaturas das ruas não conseguem se comunicar com o Ciad (Centro de Informação e de Administração de Dados). Precisam ligar no quartel e tentar repassar a situação. Em seguida, tentam contato com as viaturas. É uma porcaria. E, para completar, essas unidades estão sem telefone porque a internet também não funciona

Policial militar do DF

De acordo com relatos de outros militares ouvidos pela reportagem, a falta de estrutura é mais um empecilho para a execução do trabalho deles na prevenção e no combate à criminalidade. Em março, o Metrópoles mostrou que as viaturas da corporação estavam limitadas a rodar apenas 40 quilômetros em função de problemas no contrato de fornecimento de gasolina.

O outro lado
Sobre a falta de manutenção, a PM admitiu “problemas no contrato”, mas tenta resolver o caso junto ao Tribunal de Contas do DF. A força destacou que “não há qualquer irregularidade, por parte da corporação, no processo licitatório”.

“Uma das interessadas em concorrer ao pregão entrou com recurso”, resumiu a nota. Segundo apurações da reportagem, no entanto, há questionamentos no processo sobre a capacidade técnica da empresa vencedora para executar o serviço. Sobre os atendimentos à comunidade, a corporação informou que as demandas são passadas via telefone aos policiais, não citando problemas no meio de comunicação.

Ainda conforme a PM, a empresa reclamante perdeu todos os recursos: “Resta, agora, aguardarmos parecer do Tribunal de Contas para saber se a corporação poderá contratar a empresa vencedora da licitação.

Modernização
Em 2015, o governo do DF divulgou que em dezembro daquele ano iria concluir um projeto de modernização da rede de informações de segurança pública. O sistema era para funcionar de forma semelhante ao das polícias de elite dos Estados Unidos, do Japão e da Europa.

O objetivo era integrar os serviços de telefonia via internet, comunicação por rádio digital e acesso rápido à web, independentemente se em áreas urbanas ou rurais. Os investimentos previstos eram de R$ 115 milhões – desses, R$ 110 milhões já haviam sido pagos em 2015 –, com recursos do Fundo Constitucional e do governo do Distrito Federal.

A  Polícia Militar informou ao Metrópoles que, atualmente, a infraestrutura de comunicação de dados e de radiocomunicações para atendimento de suas demandas administrativas e operacionais já foi instalada, assim como o acesso à internet pelas unidades policiais, serviços de telefonia e digitais.

Ainda de acordo com a PM, cerca de 75% da infraestrutura de comunicação digital está implementada e cobre 100% da área urbana do Distrito Federal.

Investigação
As licitações feitas nos últimos anos pela PM entraram na mira do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). As investigações apontam que o coronel Francisco Eronildo Feitosa Rodrigues, ex-chefe do Departamento de Logística e Finanças (DLF) da corporação, seria o líder de uma organização criminosa especializada em cobrar propina para fraudar contratos públicos.

Agora, as autoridades trabalham para identificar as irregularidades. Feitosa chegou a ser preso na Operação Mamon, em novembro de 2017, mas foi solto neste ano e entrou para a reserva.

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