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Rollemberg barra Laerte Bessa, que reage aos berros de “maconheiro”

Deputado federal foi impedido de entrar no gabinete do governador para participar de reunião com sindicatos ligados à Polícia Civil

atualizado

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Antônio Cruz/Agência Brasil
Laerte Bessa
1 de 1 Laerte Bessa - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

A reunião de Rodrigo Rollemberg (PSB) com representantes da Polícia Civil e deputados para falar sobre a paralisação da categoria e a pressão por reajuste de 37% começou mal. O governador barrou a entrada de Laerte Bessa (PR-DF) no gabinete, e o deputado federal ficou enfurecido. Na frente de políticos, servidores e sindicalistas, Bessa berrou impropérios: “Maconheiro, filho da puta, cagão, vagabundo”. O clima ficou pesado, e o distrital Wasny de Roure (PT), que acompanhava Bessa, também foi embora.

“Ele não me deixou entrar porque é um frouxo”, disse Bessa ao sair do Palácio do Buriti. “Achei que era um encontro de negociação. Mas, depois do que houve, não me senti confortável para participar e também fui embora, pois fui convidado a participar pelo Bessa”, emendou Wasny.

A assessoria de imprensa de Rollemberg explicou que Laerte Bessa foi barrado porque não havia sido convidado para a reunião. “O governador não permitiu que ele entrasse porque o deputado o desrespeitou publicamente durante a assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (17) com palavras de baixo calão. O governador só vai retomar o diálogo com o parlamentar quando o deputado pedir desculpas publicamente”, disse o GDF, por meio de nota.

Confira o momento em que Bessa critica Rollemberg na assembleia da PCDF:

 

Após a confusão no Palácio do Buriti, Laerte Bessa comentou o ocorrido no plenário da Câmara:

 

Participaram do encontro os deputados distritais Cláudio Abrantes (Rede), Joe Valle (PDT), Professor Israel Batista (PV), Reginaldo Veras (PDT) e entidades representativas de delegados, agentes, peritos criminais, peritos papiloscopistas e médicos legistas. Todos aguardavam no Buriti para entrar na sala de Rollemberg, quando a ordem veio de dentro: “Só recebo os policiais se o Bessa não estiver junto”.

A afirmação provocou a ira do deputado federal, que tenta negociar junto à categoria o reajuste de 37% aplicado para a Polícia Federal. “Eu que não quero conversar com ele agora”, afirmou Bessa, após xingar o governador. Mais cedo, o deputado havia participado de uma reunião com o ministro do Planejamento, Dyogo Henrique de Oliveira, para tratar sobre a liberação de recursos do Fundo Constitucional do DF e queria debater o tema com os representantes da Polícia Civil.

A reunião entre Rollemberg e os sindicalistas foi encerrada por volta das 18h40. O encontro ocorreu no mesmo dia em que a Polícia Civil deflagrou uma paralisação de 24 horas. Na quinta-feira (20), haverá nova suspensão dos serviços.

Representação contra Rollemberg
No último dia 10, Bessa ingressou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Rollemberg. Na ação, o deputado federal relata uma suposta tentativa de interferência do socialista na atuação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, que ocorre na Câmara Legislativa do DF.

Na representação, o parlamentar reuniu duas matérias jornalísticas, uma do próprio site da CLDF e outra do Metrópoles, onde o presidente da CPI, Wellington Luiz (PMDB), afirma ter sido intimidado pelo governador, que estaria descontente com os rumos da investigação. Um dos trechos anexados no pedido relata uma fala de Wellington na qual Rollemberg teria dito que “a guerra estava declarada”.

“Verifica-se, portanto, a tentativa do governador do DF em intimidar o presidente da CPI da Saúde com o escopo de obstruir os trabalhos investigativos da referida comissão”, diz trecho do documento.

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