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Se o governo não ajuda, façamos o nosso próprio Carnaval

Com a falta de apoio do GDF, blocos se mobilizam para conseguir recursos com os foliões

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

O Carnaval de Brasília, depois de alguns anos de crescimento, agora sofre um desmonte. Estouram denúncias por parte do coletivo Blocos de Rua de Brasília de que, apesar de haver mais dinheiro para o evento este ano, o mau planejamento e a burocracia tresloucada exigida pelo GDF inviabiliza a festa. E isso muito nos interessa.

O Carnaval é uma festa popular que exacerba sentimentos e, por isso, é excelente para observar como a sociedade lida com eles. Criado pelos fiéis católicos dispostos a aproveitarem os prazeres da carne durante quatro dias, e, em seguida, adentrar no deserto de prazeres da quaresma, a festa ainda expõe emoções reprimidas por muitos.

Nem me refiro apenas aos aventureiros do campo sexual. Em Brasília, infelizmente, também é notório que alguns usam este período para extravasar violências. Saem dispostos a brigar, bater, violentar mulheres e até matar. Por isso, é tão importante a presença do governo, na garantia do mínimo de estrutura.

A polícia deveria conter esses casos, e não apenas funcionar como “bedel” da diversão e, com violência, acabar com a festa quando acham que “já deu a hora”.

Há blocos que fazem questão de, junto à alegria de desfilar, trazer uma mensagem de tolerância e respeito, sem violência. Dentro do Coletivo de Blocos de Rua destaco As Virgens da Asa Norte, Essa Boquinha eu Já Beijei, Tuthankasmona e o Bloco do Amor. Eles realizam eventos ao longo do ano e desfilam misturando folia e marcha política contra a opressão sofrida por mulheres, negros, LGBTs ou qualquer outra minoria.

O maior sinal do descaso da administração com o Carnaval foi o anúncio de que o Babydoll de Nylon, o maior bloco da cidade, não vai acontecer por falta de estrutura. Seus organizadores, em uma coletiva no dia 19, afirmam não ter havido diálogo horizontal.

Para lidar com as dificuldades, o Bloco do Amor promove uma vaquinha virtual com intuito de disponibilizar o mínimo de estrutura para os foliões. Eles precisam arrecadar R$ 5 mil, o que, convenhamos, não é um valor tão grande considerando a quantidade de foliões.

Sem o apoio do GDF, o Carnaval pode virar um mero evento comercial relegado ao investimento das marcas de cerveja. Mas existe outra opção, a festa ser feita por nós, pelo próprio povo. Se dividir direitinho, cada um pode dar um pouco (de dinheiro ou de tempo). Essa é a proposta do que o Bloco do Amor quer fazer.

Então, se você vai brincar o Carnaval, ficam aqui as dicas: Se beber, não dirija. Depois do “não”, tudo é assédio. Use camisinha. Vamos nos unir contra o assédio e a intolerância. Tá vendo alguém sofrendo violência, grite! Se unam que assim somos mais fortes. E se você for mulher, negro, LGBT, deficiente, idoso, ou sofrer qualquer crime de discriminação, o número da Decrin é 197 ou pelo WhatsApp (61) 98626-1197.

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