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Viajar sozinha parece assustador, mas a experiência é renovadora

Quando resolvi vir à Austrália passar meu aniversário, sabia que seria complicado conseguir uma acompanhante para essa aventura

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1 de 1 B31B5976-68C6-408F-A0D3-EAF023CF8F07 (1) - Foto: Arquivo Pessoal

Certa vez, um amigo médico me disse que viajar sozinho para a Índia foi a melhor experiência da vida dele. O livro Comer, Rezar e Amar relata uma história bem parecida. Liz Gilbert resolve passar um bom tempo sem família ou amigos na Índia, Itália e em Bali. O período se revelou transformador e virou até filme.

Fazer uma viagem sozinha pode parecer assustador para algumas mulheres, mas, garanto: é uma experiência absolutamente renovadora.

Quando resolvi vir à Austrália passar meu aniversário, sabia que seria complicado conseguir uma acompanhante para essa aventura. A data era difícil, logo após o Carnaval e as pessoas recomeçando o ano, o destino longe, muitas horas de voo e um fuso horário absurdamente grande.

Mas, não desanimei e me organizei para viver esse momento. Coloquei na cabeça: o máximo que poderia acontecer seria não repetir novamente a experiência.

Muitas vezes tenho necessidade de estar só. Não tem nada a ver com solidão, e sim com solitude, que é o estado de privacidade de alguém. Ele representa um isolamento e reclusão. Isso não inclui sofrimento, pelo contrário, significa alegria.

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Cottesloe Beach, em Perth, na Austrália

 

Solitude te dá oportunidade de meditação, introspecção, oração e proporciona um estado de paz. Pensar na vida e colocar as ideias em ordem é necessário e saudável, além de criar uma conexão real com seus pensamentos. Te torna uma pessoa infinitamente melhor.

Mesmo com essa facilidade e necessidade de estar sozinha em alguns momentos, nunca tinha feito uma viagem desacompanhada e, confesso, estou adorando. Não me passou, em nenhum momento, que eu pudesse ter problemas práticos ou de saúde. Minha única preocupação seria a distância. Se por algum motivo eu precisasse retornar ao Brasil, seria um transtorno, mas resolvi encarar mesmo assim.

A vantagem de conhecer novos lugares sozinha é organizar seus próprios horários, fazer o que quiser (ou não fazer nada), sem se preocupar em agradar outros.

Você acaba conhecendo pessoas e criando novas amizades, tendo uma percepção diferente das coisas e dos momentos. Explora também melhor os lugares, porque não tem outro jeito. Afinal, é necessário ficar atento, se informar sobre como chegar aos locais a serem visitados. Dessa forma, a viagem passa ser mais enriquecedora. Você foca aquilo que te agrada e o que te interessa e o tempo rende muito mais.

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Na parte prática, nada difere de uma viagem acompanhada. É importante entrar em contato com uma agência de turismo que te oriente e te deixe mais seguro. Organizar um tour pela cidade, mesmo que só por um dia, é indicado se você deseja se familiarizar mais com o lugar e não ficar tão perdido.

A parte mais difícil, no início, foi ir a restaurantes à noite. Jantar sozinha pode ser intimidador. Nas primeiras vezes, me senti um pouco deslocada, mas as refeições seguintes foram mais agradáveis, fiquei à vontade e tranquila. A tecnologia atual me deixa muito sossegada. Consigo ficar conectada com família e amigos em tempo integral, o que ajuda bastante.

Acredito que experiências novas são sempre válidas. Se você tem vontade, mas sente medo de se aventurar numa viagem sozinho, te aconselho o seguinte: vá! Você não vai se arrepender.

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