metropoles.com

Mulher é estrangulada por namorado no Réveillon em MG, mas ele não é preso

Vítima desistiu da prisão do namorado após saber que ele poderia ser liberado com pagamento da fiança de um salário mínimo

atualizado

Compartilhar notícia

Uma mulher de 32 anos foi agredida pelo namorado na noite do réveillon, em Varginha (MG). A técnica em segurança do trabalho Gabriela Pessoa foi estrangulada por Wellington Alvarenga, 32 anos, após uma discussão entre o casal na sexta-feira (1º/1). 

De acordo com a vítima, eles saíram para comemorar a virada do ano em um bar na região. Ela conta ao Metrópoles que Alvarenga bebeu cerveja até ficar “alterado”. Após Gabriela pedir para ele parar de beber, o agressor começou a ofendê-la verbalmente e decidiu deixar o local.

Alcoolizado, dirigiu até o condomínio residencial onde ela mora, quando tiveram início as agressões físicas.

Segundo Gabriela, os problemas de Alvarenga com o álcool são frequentes. “Ele achou que eu estava brava, quando, na verdade, eu estava tensa com o que iria acontecer comigo. Ele disse que o nosso relacionamento não ia dar certo e eu respondi que não ficava à vontade quando ele bebia”, diz ela.

O comportamento do namorado piorou quando ele tentou sair da casa da vítima com o carro, que é dela, e não conseguiu. Alvarenga acusou a namorada de travar a porta do veículo e a pressionou contra a parede, estrangulando-a com o braço direito, contou à reportagem. Eles namoram há dois anos.

O Metrópoles entrou em contato com Alvarenga, que não havia respondido até a última atualização desta matéria. O espaço continua aberto para manifestações.

Fiança de um salário mínimo

Ela se defendeu com unhadas no rosto dele, mas o agressor a empurrou novamente contra a parede e a estrangulou após Gabriela gritar por socorro. A vítima disse que chegou a cair desacordada no chão, mas levantou em seguida para pedir ajuda. Gritou por socorro duas vezes e ouviu uma vizinha repetir os gritos. Ninguém foi até a casa dela. 

Ao sair do apartamento, Gabriela afirmou que ia “expor Wellington para os amigos dele no Facebook”. Ele, entõa, entrou na frente para impedir que ela descesse as escadas e a jogou mais uma vez contra a parede. Gabriela se desvencilhou do agressor e, desesperada, correu aos gritos até o porteiro. Nesse momento, Alvarenga voltou ao apartamento e se trancou.

A vítima tentou ligar repetidas vezes para o 190, mas a ligação não completou em 20 minutos de tentativa. Ela acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e solicitou uma viatura. Gabriela fez um boletim de ocorrência na 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Varginha, mas o namorado não chegou a ser preso. O caso foi registrado como lesão corporal.

“Os policiais me perguntaram se eu queria seguir com a denúncia. Ele seria preso, mas poderia pagar uma fiança para ser liberado. Perguntei de quanto era [o valor] e me disseram que era um salário mínimo (R$ 1.100). Eu desisti porque achei que seria um gatilho para ele vir atrás de mim e me matar.”

Depois da agressão, Gabriela bloqueou os contatos do namorado. No entanto, ele continua a mandar mensagens para ele por meio de contas fake pedindo perdão “por tudo de mal” que fez. Em seu depoimento, Alvarenga negou as agressões.

Registros de agressão anteriores

Essa não é a primeira vez que Gabriela Pessoa presta queixa contra Wellington Alvarenga. Em 2019, entre setembro e outubro, ela registrou dois B.O.s na cidade de Extrema (MG), configurados como lesão corporal e ameaça. Na ocasião, a vítima não pediu medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha.

“Depois de um rodeio, ele dirigiu comigo até a Serra do Lopo, um ponto muito alto onde a estudante Larissa Gonçalves de Souza foi morta, e eu pensei que ia ter o mesmo fim dela. Ele começou a entrar na trilha, me joguei para fora do carro, e ele me empurrou de volta. Me enforcou lá mesmo”, recorda Gabriela.

A vítima terminou o namoro, mas deu uma segunda chance a ele três meses depois. O ex disse que estava em tratamento contra a alcoolemia e “apresentou melhora”.

Agora, Gabriela teme novamente pela própria vida. “Estou preocupada com a minha própria segurança. Queria ir a um hospital fazer corpo de delito, mas não tenho coragem. Ele conhece meu carro, só Deus sabe o que ele pode fazer comigo. Ele e eu saímos pela mesma porta da delegacia, livres e soltos.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?