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Designer cria tecnologia para denunciar assédio no transporte público

O N!NA mapeará casos e os usuários poderão alertar outros homens e mulheres que estejam por perto assim que o assédio acontece

atualizado

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Red Bull/Divulgação
Simony César
1 de 1 Simony César - Foto: Red Bull/Divulgação

Foi com base em uma experiência particular — a mãe é cobradora de ônibus e os primeiros estágios profissionais foram em empresas de transporte público — que a designer pernambucana Simony César, 25 anos, teve a ideia da tecnologia N!NA.

O objetivo é oferecer uma maneira de denunciar casos de assédio que acontecem em ônibus e metrôs. Instalado nos aplicativos de mobilidade pública na forma de um botão, o usuário pode divulgar se é vítima e, em tempo real, quem tiver o programa no celular recebe uma notificação. Em uma pesquisa com usuários, 64% afirmou que interferiria e tentaria retirar a vítima da situação pelo diálogo.

O N!NA começou como um aplicativo, mas Simony percebeu que havia uma dificuldade em manter usuários, que acabavam o apagando do aparelho.

“A Red Bull foi uma das parceiras logo no início. Participei do processo de seleção do Amaphiko (programa de inovação social da Red Bull, que apoia e oferece mentoria, formações e conexões a projetos de empreendedores sociais que estão mudando a realidade em seu entorno) porque fiquei perdida e foi muito importante para mim”, lembra a designer.

Sem ter como se custear, já que precisava trabalhar para se manter enquanto trabalhava no aplicativo, Simony conseguiu apoio da Red Bull para continuar produzindo exclusivamente a tecnologia. Em fevereiro de 2018, conseguiu patrocínio da Toyota e vai aplicar o N!NA em três cidades a partir do final de agosto. Por enquanto, Recife, Natal e Fortaleza serão os primeiros a experimentar a tecnologia. Num futuro próximo, há intenção de levá-la para outras cidades — a designer já foi até à África do Sul mostrar o projeto no 3º Fórum Brics de Jovens Cientistas.

“Queremos ser uma tecnologia de referência para o rastreamento de assédio. Fiz essa pergunta no Fórum Brics e nenhum país tem um protocolo para combater e coletar dados”, afirma Simony.

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