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Nova geração de mulheres se dedica a profissões com cara de vó

Boleira, florista e bordadeira, elas trabalham com ofícios vintage e atualizam suas referências através do Pinterest e Instagram

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Two girls blonde hair fifties fashion style drinking tea.
1 de 1 Two girls blonde hair fifties fashion style drinking tea. - Foto: iStock

Empreendedoras, femininas, tatuadas e apaixonadas por suas profissões. Mulheres modernas como Bruna Prieto, Carolina Cyrino e Fernanda Pessoa têm em comum a escolha por ofícios que são vistos como “antigos”, com cara de vó.

Boleira, florista e bordadeira, respectivamente, elas dão novos ares ao ofício ao associá-los com tecnologia e conceito. Todas atualizam suas referências através de buscas em redes sociais como Pinterest e Instagram.

Mas também colocam um toque feminista ao serem chefes do próprio negócio, ao empregar outras mulheres ou ao espalharem mensagem do movimento em seus trabalhos. A combinação entre retrô e multimídia é pura contemporaneidade.

Bruna Prieto, a boleira

Giovanna Bembom/Metropoles

Boleira apaixonada, Bruna Prieto cresceu na cozinha do ex-restaurante da família. O pai foi dono de padaria e a culinária está intimamente ligada a sua memória afetiva. Entre receitas de infância, açúcar e confeitos coloridos, passa seus dias produzindo bolos. Detalhista, ela conta que de provinha em provinha tem certeza que fez a decisão certa ao abandonar o trabalho no escritório para atuar com algo que a fascina.

“Meu bolo favorito quando criança era de morango com creme de baunilha e massa branca. Uma amiga da minha mãe era boleira e preparava ano após ano. Quando abri a Las Pitangas, em 2012, trouxe a receita comigo e foi um dos nossos primeiros sucessos”, lembra a brasiliense formada em Gastronomia pelo Iesb.

De lá para cá foram vários hits como o naked cake e o bolo de churros. A marca segue o estilo de confeitaria australiana com bolos mais altos decorados por flores leves como peônias. Se no início produziam cerca de oito pedidos por semana, hoje alcançam a marca de 60 encomendas semanais. “Trabalho com uma equipe de cinco funcionários, mas finalizo cada bolo”, confessa.

Ela acredita que existe um preconceito com a profissão de boleira. “Tem gente que acha que é um ofício muito simples e não valoriza. Já senti uns olhares estranhos quando digo que faço bolos, mas ninguém sabe que é um dia a dia difícil com várias horas em pé, controlando algo sério que é a alimentação. É preciso ter controle de validade e qualidade, além de agradar paladares diversificados e estar atento a inovações e tendências do segmento.”

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Carolina Cyrino, a florista

Giovanna Bembom/Metropoles

Beleza e charme sempre estimularam a ex-produtora de moda, Carolina Cyrino, 25 anos. Se antes era no mundo fashion que ela encontrava a estética que tanto a agrada, hoje é através do universo das flores que extravasa sua criatividade e sensibilidade.

Carioca, a florista formada em Publicidade se diz encantada com flores. “Gosto de explorar os movimentos, texturas e cores, folhagem, semente e fruta nos arranjos que crio. Acho que o senso de design e estética adquirido durante os anos que trabalhei com moda foram essenciais para o trabalho que realizo hoje”.

Após concluir um curso com a flower designer Mônica Resende, em São Paulo, em janeiro de 2015, decidiu retornar a Brasília e investir em arranjos florais. Logo veio o Dia dos Namorados, em junho, e Carol recebeu uma enxurrada de encomendas. Foi naquele momento que o Ateliê Fluorita nasceu.

“Trabalho com seres vivos que têm suas peculiaridades e é um aprendizado respeitar isso. A verdade é que esse momento de lidar com a flor é uma terapia, quase uma meditação para mim”, revela.

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Fernanda Pessoa, a bordadeira 

Giovanna Bembom/Metropoles

O bordado, técnica antiga e tradicionalmente associada ao universo feminino, ganha nova roupagem ao ser abraçada por feministas como Fernanda Pessoa, 32 anos. A brasiliense aprendeu a técnica do ponto cruz com a mãe quando tinha quinze anos. Hoje, usa o bordado livre para produzir pequenos quadrinhos — também conhecido como bastidores — com dizeres e desenhos cheios de autoafirmação.

“O feminismo é um assunto que está ganhando destaque em várias esferas da sociedade e é muito importante as pessoas entenderem que isso faz parte da atualidade”, afirma a bordadeira, que lançou a marca Go Sister Go  em agosto de 2016 e chega a produzir uma média de cinco bastidores por semana. As peças são vendidas para todo o país através de seu e-commerce.

Ao bordar seus quadrinhos em público, é comum ser alvo de abordagens de mulheres curiosas com as imagens e frases. Fernanda sempre leva na esportiva quando alguém diz que seu trabalho é muito ousado ou até quando alguém faz uma crítica. “É uma prática incomum entre pessoas da minha idade, mas gosto muito de bordar, funciona como uma terapia com linha e agulha”, revela.

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