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Mulheres contam como conseguem conciliar carreira e filhos em casa

Sem querer abrir mão da infância dos pequenos, algumas mães resolveram conciliar a vida profissional com a maternidade. Conheça quatro exemplos de home office que deram certo

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Brasília (DF), 13/07/2016Mães Que Se Adaptaram Ao Bel EvelinLocal: Venice Park SulFoto: Giovanna Bembom/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 13/07/2016Mães Que Se Adaptaram Ao Bel EvelinLocal: Venice Park SulFoto: Giovanna Bembom/Metrópoles - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

A história é quase sempre assim: a mulher engravida, o bebê nasce, mas a licença-maternidade não é tempo suficiente para curtir todas as novidades que esse momento tem a oferecer. Muitas mães que trabalham fora sonham em conseguir conciliar a carreira profissional e a maternidade.

Apesar de ser mais difícil para algumas mulheres – dependendo da profissão seguida ou da oportunidade de começar um novo negócio – muitas têm conseguido unir o útil ao agradável. Conheça a história de quatro mães que mudaram a rotina profissional para passar mais tempo com os filhos.

Mariana Landim, 25 anos, e Luiza, 6 meses

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Ao se formar em Direito, no final de 2013, a advogada Mariana Landim resolveu estudar para concursos, mas não estava muito focada. Tudo mudou quando descobriu que estava grávida. “No começo foi um susto, não era casada, morava com meus pais, então comecei a me cobrar mais e passei a gravidez inteira estudando. Mas, já sabia que não ia passar de cara, demora um tempo para conseguir”, relembra.

Quando Luiza era recém-nascida, Mariana tentou trabalhar fora. Mandou alguns currículos, mas pensou no assunto, fez as contas e viu que não valeria a pena. “Meus pais ajudam demais, mas eu evitava pedir as coisas. Fiz as contas e contratar uma babá ou creche sairia muito caro. Pelo que eu ganharia era melhor ficar com a Luiza. Mas, ao mesmo tempo, depois que virei mãe passei a querer ser mais independente”, conta.

Ficar longe da filha começou a não fazer sentido e Mariana teve um estalo de que poderia montar o próprio negócio. A ideia era começar nos moldes de um negócio residencial, assim cuidaria da filha, e depois aumentar para uma loja comercial. Resolveu fazer um bazar com suas coisas na sala de casa mesmo e juntar dinheiro.

O evento deu tão certo que virou brechó e hoje também é outlet. “Reformamos o antigo escritório e transformamos na loja Distacco Outlet & Brechó. Muitas pessoas compram e deixam coisas para serem vendidas também. O consumo consciente está com tudo e dá um ótimo retorno”, diz Mariana.

A empresária atende com hora marcada e acredita que a melhor parte de trabalhar em casa é conseguir independência sem abrir mão de estar com a filha. Ela confessa que sente falta da rotina de trabalhar fora e de conviver com outras pessoas, mas quando pensa em sair e ficar longe da Luiza o dia inteiro, vê que realmente não conseguiria.

“Tive uma oportunidade que muitas mulheres não têm, então agarrei a chance. Foi a melhor coisa e pretendo continuar assim durante todo o primeiro ano dela”, diz enquanto baba na filha que está em seu colo. Mariana não desistiu dos concursos e não pretende abandonar a profissão de advogada, mas, sem pressa, acredita que cada coisa tem seu tempo.

 

Bel Evelin, 27 anos, e Manuela, 8 meses

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Quem vê a maquiadora e designer de sobrancelha Bel Evelin tão realizada profissionalmente não imagina que ela já pensou em fazer outra coisa. Formada em jornalismo, só trabalhou na área enquanto estava na faculdade.

No mesmo ano em que conseguiu o diploma, começou a fazer cursos de maquiagem profissional. Trabalhava como autônoma, indo na casa das clientes, até que foi trabalhar em um estúdio de design de sobrancelha e maquiagem.

Em março de 2015, ela e o marido Leonardo Aguirre descobriram que estavam grávidos. Ficou no emprego até agosto, quando voltou a atender em domicílio até o nascimento da Manuela, em novembro. “Nosso apartamento não estava pronto ainda, mas, pensando em ficar com ela, o projeto já contava com um espaço para que eu pudesse trabalhar em casa. Enquanto isso, comecei a atender na casa da minha mãe, na Asa Sul. Saía todos os dias do Park Way, com ela junto, e íamos para o meu antigo quarto, que reformei e transformei em um estúdio”, relembra.

Manu tinha quase dois meses quando Bel retomou o trabalho. No começo, contratou uma babá para ficar com a pequena no quarto ao lado, enquanto ela recebia no máximo duas clientes por dia. “Atendia enquanto ela dormia. Ela foi crescendo e fui aumentando o número de clientes, sempre me adaptando à rotina dela”, explica. Quando o apartamento do casal ficou pronto, a filha estava com quatro meses. A clientela aumentou, a agenda foi enchendo e já não era possível Manu ficar em casa enquanto a mãe trabalhava.

Separou alguns dias da semana para atender e outros para trabalhar. Quando está atendendo, a filha fica na casa da bisavó com a babá. Recebendo em média 10 clientes por dia, Bel não vê problema em fechar sua agenda de vez em quando para aproveitar a pequena. “Eu me sinto muito sortuda em poder fazer isso. Eu que faço minha rotina, mando na minha agenda, enquanto a maioria das mães tem chefes, tem que deixar em creche. Poder conciliar o trabalho com a infância da minha filha não tem preço”, diz.

As únicas partes negativas para a maquiadora é a rotina da família que muda muito, pois sempre tem gente de fora em casa, e estar sempre no ambiente de trabalho.

 

Samantha Magno, 31 anos, e Bento

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Bento ainda nem chegou e Samantha já está mudando a casa. Nesse caso, não é só o quartinho do bebê que está em obras. O estúdio onde atenderá as clientes também está em andamento. Grávida de seis meses do primeiro filho, a maquiadora sempre atendeu em domicílio. “Ia até a casa da cliente, porque tem muita gente que gosta da praticidade e de fugir da correria dos salões”, explica.

Por enquanto, a barriga ainda permite que ela continue indo ao encontro das pessoas, mas, sabendo que em breve isso não será mais possível, começou a adaptação e está atendendo algumas pessoas em um espaço improvisado na sala. “Estou dando um desconto para as mulheres que vierem até aqui. Até os três meses do Bento pretendo atender só na minha casa, depois voltarei a ir à casa das clientes e oferecer as duas opções”, diz.

Dona da sua agenda, ela conta que com a chegada do filho pretende diminuir os atendimentos e não trabalhará todos os finais de semana – dias de maior procura. “Quero ter a tranquilidade de saber que vou poder ficar com ele sem a correria”, relata Samantha.

Nos planos para associar carreira e maternidade, também entram o marido, Gibran Magno, e a sogra. Para a autônoma, a parte positiva disso tudo é não ter horário para cumprir, não sair para trabalhar todos os dias, poder descansar da rotina mãe/trabalhadora e ter mais liberdade.

O lado negativo é a instabilidade que qualquer profissional autônomo enfrenta. “Quando eu não trabalho tenho um impacto na minha renda. Justamente por saber que vou frear os atendimentos quando o Bento nascer, estou trabalhando o máximo que posso para quando ele chegar não ter essa preocupação”, conta a maquiadora.

 

Juliana Fernandes, 37 anos, Henrique, 5 anos, e Bianca, 2 anos

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“A grande mudança é a maternidade”. A frase vem de uma mulher que sempre foi bem-sucedida profissionalmente, teve bons empregos, muitos contatos e que gostava da carreira que conseguiu construir dentro do Jornalismo.

Juliana estava muito feliz em seu trabalho, ficou grávida, saiu de licença-maternidade, mas na hora de voltar para o trabalho e deixar o pequeno Henrique em casa, não conseguiu. “Eu pensei: ‘Meu Deus, não vou dar conta. Não quero deixar com babá, nem em creche'”, relembra. Ela chegou a voltar para a empresa, mas não ficou nem a primeira semana. Pediu demissão.

Pegou muitos frilas e trabalhava de casa. Na época, conseguiu muitos trabalhos e não ficou no ócio. O filho foi crescendo e Juliana, aos poucos, foi voltando ao mercado de trabalho. Quando ele tinha uns dois anos, ela recebeu um convite irrecusável: coordenar uma equipe de comunicação de um tribunal. Aceitou a proposta, que define como excepcional.

Já estava no cargo quando ficou grávida de Bianca. Tirou a licença-maternidade e quando voltou conseguiu trabalhar seis horas corridas – para voltar antes pra casa. A vontade de passar mais tempo com os filhos só crescia. Quando a filha tinha alguns meses, ficou sabendo que todo o departamento seria exonerado. Foi a oportunidade para começar a pensar no seu negócio.

“Falo que foi uma bênção, porque não queria voltar ao mercado tradicional. O tempo livre que eu tinha usei para estudar, fazer pesquisas, fiz cursos no Sebrae, tudo com muita calma. Comecei a pensar em trabalhar para mim, ficar mais tempo com as crianças”, revela. Foi assim que nasceu a loja de aluguel de brinquedos e acessórios infantis Universo Materno Infantil.

“É uma junção do que eu queria: algo voltado à infância, maternidade, criança e sustentabilidade”, explica Juliana. Os clientes podem alugar os 80 tipos de brinquedos e acessórios maternos (como bomba de tirar leite e carrinhos) pelo site e recebem o produto em casa. A loja tem quase seis meses, mas a aceitação está sendo muito boa. “Eu falo que não tem preço. Quando eu saí do meu antigo emprego para abrir a loja, me apartei um pouco. Mas, a infância deles não volta nunca mais. Estou trabalhando muito mais, com a loja, com os frilas, mas eu faço meu horário e estou passando tempo de qualidade com os meus filhos”, explica.

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