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Inveja, o sentimento destrutivo que ronda as relações sociais

Quando as conquistas dos outros começam a incomodar e despertar raiva, é o momento de fazer uma autoavaliação

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Disgusted displeased woman
1 de 1 Disgusted displeased woman - Foto: Istock

Na academia, a barriga sarada da pessoa ao lado desperta mil pensamentos: por quê não consigo esse resultado? Será que ela come chocolate? Alguém que não come um docinho bom sujeito não é…

No trabalho, a promoção de uma pessoa com menos experiência que a sua suscita outras indagações: ela não fez por merecer. Por que não fui eu o escolhido? Será que eles enxergam o tanto que contribuo aqui? Se alguma dessas perguntas já rondou a sua cabeça, sinto lhe informar, mas é sinal de que a inveja está batendo à sua porta.

Querer uma barriga sarada ou uma promoção na empresa está na lista de realizações de muita gente. Não há problema em desejar e se esforçar para conseguir essas metas.

No entanto, quando as conquistas daqueles que convivem com você começam a incomodar e despertar incômodo, talvez, seja o momento de fazer uma autoavaliação. Um dos sentimentos mais difíceis de ser admitidos, a inveja é inerente à condição humana.

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Se a vida é mais generosa com o vizinho e nos sentimos injustiçados, nosso potencial invejoso pode ser ativado. Depende de como vivenciamos nossas primeiras relações no início da vida e da qualidade do amor que recebemos 

psicanalista da Sociedade de Psicanálise de Brasília Cláudia Carneiro

Hora ou outra somos surpreendidos por uma inquietação de não querer que o outro tenha alguma coisa. E, embora comum, esse pensamento pode encobrir e até revelar outros estados emocionais.

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A inveja é um sentimento destrutivo. Na psicanálise, podemos dizer que é uma manifestação de nossos instintos de morte. Quando esses instintos destrutivos prevalecem, no caso de uma pessoa por demais invejosa, ela se torna escrava de sua própria hostilidade e avidez. Precisa destruir psiquicamente, ou mesmo materialmente, aquilo que o outro tem e ela não tem. Ou destruir o outro, na ilusão de que, dessa forma, se livraria do seu sentimento de vazio e de inferioridade

Cláudia Carneiro

Como reconhecer a inveja
Falar com alguém sobre um momento triste ou admitir um ataque de ira, ou até mesmo nossa avareza, é algo recorrente nas relações humanas. “A inveja, contudo, é um pecado inconfessável quando sentido para valer. Pois ela atenta contra as relações humanas e a moral social”, aponta Cláudia.

Antes de começar a pensar que o espírito de Caim está invadindo a sua cabeça – na Bíblia, Caim matou Abel por não suportar que o irmão tivesse o amor e a preferência do pai – é importante diferenciar os sentimentos de inveja e de cobiça.

“Uma pessoa excessivamente invejosa, quando tenta possuir, a qualquer custo, o que ela não tem, assume uma atitude de desqualificar e denegrir aquilo ou aquele a quem inveja. A cobiça é competitiva: eu quero para mim também, necessariamente não odeio o outro a ponto de querer destruir o que é dele”, esclareceu Cláudia.

Como parar de sentir a inveja
“A pergunta é: é possível deixar de ser invejoso? Talvez um caminho seja olhar para si mesmo com alguma generosidade e poder perdoar a si mesmo por ser humano, por ter seus próprios limites e falhas, como todos têm. Seremos mais felizes se nos sentirmos livres de nossas próprias prisões.”

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