metropoles.com

Igrejas do DF apostam em redes sociais para atrair millennials

A principal forma de divulgação de alguns templos é no meio on-line. Outros provam sua inovação com campanhas para agregar pessoas LGBTIs

atualizado

Compartilhar notícia

Felipe Menezes/Metrópoles
Brasília (DF), 30/11/2017 Igrejas modernas – Pastor ClaudioLocal: Qi 25 lote 13 – Taguatinga Norte (Igreja Braço Forte do Senhor)Foto: Felipe Menezes/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 30/11/2017 Igrejas modernas – Pastor ClaudioLocal: Qi 25 lote 13 – Taguatinga Norte (Igreja Braço Forte do Senhor)Foto: Felipe Menezes/Metrópoles - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

No lado norte de Taguatinga, a entrada da igreja Braço Forte do Senhor é modesta. O templo ainda está em construção, mas já promete ser pouco tradicional. O local destinado a palestras e louvores tem cadeiras acolchoadas, paredes pretas e luzes de LED em cores fortes. Nada de ouro, pinturas ou vitrais à vista.

A igreja evangélica liderada pelo apóstolo Cláudio César Machado tem como público-alvo os jovens. Aberta desde 2008, ela alcançou mais de 14 mil curtidas no Facebook e 10 mil seguidores no Instagram. A equipe de seis voluntários da Braço Forte se encarrega de criar posts esteticamente agradáveis e diversificados.

Segundo o apóstolo, a programação é pensada com o objetivo de atrair os mais novos. Uma palestra marcada para dezembro recebeu o nome de Detox da Alma e da Mente. “A Geração Z já nasceu com um smartphone nas mãos. A única forma de chegar até ela é pelas redes sociais. Eles [da Geração Z]  assistem tudo no celular, mal veem TV. Se uma igreja não se atualizar em relação a isso, não vai crescer”, afirma Machado.

0

A presença da Braço Forte nas redes sociais tem algumas finalidades. “Queremos mostrar nossa existência. Uma pessoa compartilha com a outra e o post chega até ao não crente”, comenta. O apóstolo também explica que essa é uma forma eficaz e rápida de manter todos os membros informados e de divulgar os eventos.

O posicionamento da igreja Braço Forte é, de fato, um reflexo da sociedade moderna. Segundo uma pesquisa da empresa de trendhunting WGSN sobre as macrotendências de 2017, o jovem de hoje está cansado dos excessos e do consumismo desenfreado.

Por conta disso, há um interesse maior na busca da própria essência. Assim, procuram a religião, mas não se encaixam no modelo tradicional, com regras rígidas e pagamento de dízimo aos domingos. Os millennials buscam uma forma nova, simples e fácil de acreditar em algo superior. Se quiserem atrair esse novo público e renovar a base de fiéis, as igrejas precisam se reinventar.

Os tempos mudaram tanto que até a tradicional Sara Nossa Terra apostou na tecnologia como aliada. A congregação lançou uma plataforma chamada Sara Play para reunir filmes, palestras, programas de rádio e TV alinhados com sua crença. Quem alimenta o conteúdo on-line são funcionários do local, mas qualquer membro da igreja pode mandar postagens, que serão organizadas pela equipe de comunicação.

0

Para o bispo Robson Rodovalho, a entrada da Sara, criada nos anos 1970, nas redes sociais foi natural. Antes, os cultos eram postados em um site e depois passaram a ocupar o Facebook. “Temos igrejas pelo mundo todo, então nos obrigamos ter esse contato. Ajudou a conectar as pessoas”.

Ainda de acordo com o bispo, as redes sociais são importantes para divulgar informação. “A pessoa ouve sobre nós, entra na rede social e encontra tudo: o Waze indicando como chegar, os horários e as características de cada culto”. 

Enquanto algumas apostam na modernidade tecnológica, outras se reinventam na inclusão. Criado em 2013, o Diversidade Católica é coordenado por quatro jovens e um padre jesuíta. “Somos um grupo de leigas e leigos católicos LGBTIs que procuram conciliar a fé cristã e a diversidade sexual e de gênero”, explica o católico, jornalista e um dos coordenadores da associação Bruno Feittosa.

O Diversidade Católica atua no Brasil há 10 anos. A ideia veio de um padre que, após ouvir as aflições de vários jovens, decidiu reunir um grupo para dar orientações espirituais específicas. Na capital, a organização começou depois de uma palestra de Bruno sobre religião e sexualidade.

Segundo o jornalista, o grupo é aberto para todos, independentemente de idade ou crença. “Apesar da essência ser católica, nós acolhemos pessoas de todas as religiões. O mais importante é receber a pessoa e ela se sentir bem no convívio. Além de jovens, já tivemos pais nas reuniões”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comVida & Estilo

Você quer ficar por dentro das notícias de vida & estilo e receber notificações em tempo real?