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Fórmula do amor. O que observar antes de começar um relacionamento

Especialistas ensinam como funciona um acordo pré-nupcial, regimes de bens e comentam por que tanta gente tem se separado

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O mundo não estava preparado para o divórcio de Angelina Jolie e Brad Pitt. O Brasil lamentou o término de William Bonner e Fátima Bernardes, assim como o de Joelma e Chimbinha. É triste, mas o próximo da lista pode ser você.

Uma separação sempre tem altas doses de desgaste emocional. Seja um casamento longo ou um namoro recente, os envolvidos sempre querem saber onde tudo começou a dar errado. Ninguém quer cair no mesmo equívoco na próxima relação.

Pensando nisso, ouvimos profissionais para saber: afinal, o que realmente deve ser levado em conta, racionalmente, diante de algo tão espontâneo quanto o amor? A que ficar atento antes de dizer sim?

A instituição do casamento mudou muito com o passar dos anos. De acordo com a historiadora Beatrice Gottlieb, todo o conceito de “até que a morte nos separe” é algo que atualmente não tem o mesmo significado que tinha em outros tempos.

Entre o fim da Baixa Idade Média e o início da Revolução industrial, graças a fatores como doenças e desastres naturais, as pessoas morriam mais jovens. “Com isso, todos estavam conscientes do quão frágil era o casamento. Se você gostasse da pessoa deveria aprender a viver a vida sem ela. Se você não gostasse, poderia sonhar com a morte do seu parceiro.”

Para Gottlieb, leis, religião e literatura podem até louvar o ideal de um casal unido até o fim da eternidade, mas “casamento, na vida real, sempre foi outra coisa”.


Casamento no âmbito jurídico

De acordo com a advogada Suzana Viegas, essa “outra coisa” é, na realidade, um conjunto de fatores que pode ser observado no início da relação. Embora a paixão possa afetar nossa capacidade de julgamento, Suzane diz que transparência e um pouco de racionalidade são duas dicas primordiais na hora de construir um relacionamento.

A advogada afirma que, atualmente, desfazer um casamento pode ser bem simples, do ponto de vista jurídico. Embora as pessoas não se casem pensando em separação, antes de subir ao altar devem observar diversos tipos de regimes de bens existentes. Especialmente quando há patrimônio e filhos. No entanto, a profissional relata que poucas pessoas buscam informar-se sobre isso.

Consultar um advogado não é desconfiança, é transparência

Suzana Viegas

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O Brasil disponibiliza o Pacto Antenupcial (o famoso Acordo Pré-Nupcial que as celebridades americanas tanto gostam de utilizar).Trata-se de um regime de bens personalizado, diferente das opções que o cartório oferece.

Nele um acordo de vontades entre os noivos pode livremente estabelecer o regime de bens do interesse de cada um e as relações patrimoniais aplicáveis ao casamento. Mas, de acordo com Suzana, não se aproveita o potencial desse documento.

Contudo, se o divórcio for inevitável, a advogada adianta que é importante estar orientado por um profissional que esteja interessado em “construir um consenso e não declarar uma guerra”. Especialmente porque não existe apenas a parte burocrática, mas também o componente emocional em jogo.


Os relacionamentos e a psique

Para o analista João Rafael Torres, não existe uma fórmula exata que possa indicar quem é a pessoa certa. Apesar de pensarmos sempre nas afinidades na hora de escolher o parceiro ideal, uma questão quase sempre esquecida é como lidar com as diferenças – que podem ser interpretadas como complementares ou adversas.

Muitas pessoas embarcam numa relação com o passaporte da ilusão: querem acreditar que, em algum momento, o outro se renderá ou se transformará naquilo que imaginam

João Rafael, analista

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O erro de cultivar uma visão de amor romântico inabalável pelas diferenças só pode ser equiparado a outro equívoco muito comum: a busca por alguém que tenha vontades, visões e perspectivas idênticas às suas.

Ele pondera, entretanto, que o extremo oposto deve ser olhado com ressalvas. “Juntar dois fundamentalistas que defendam causas opostas é a fórmula da guerra, e não do amor.”

Apesar das pessoas estarem se casando com mais autonomia, para o analista, o simples desejo do matrimônio ainda faz com que muitos se vinculem a histórias românticas visivelmente equivocadas.

Estamos vivendo épocas de solidão e casar pode designar uma espécie de status. Por outro lado, as pessoas estão cada vez menos tolerantes ao desconforto. O lado bom disso é que elas não mantêm um casamento por mais infeliz que ele seja.

João Rafael Torres

 

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