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Feministas invadem os blocos de carnaval de Brasília

Empreendedoras da capital reforçam luta pela igualdade de gênero e contra o preconceito nos blocos, roupas e acessórios da folia

atualizado

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Carnaval
1 de 1 Carnaval - Foto: iStock

“Respeita as minas, as manas, as monas”. A frase é uma das 20 que estampam as tatuagens temporárias da marca brasiliense on-line Conspiração Libertina. Desde 2015, a empresa, liderada pelas designers Luciana Lobato e Gabriela Alves, cria produtos que carregam em seus traços o ativismo feminista.

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No site da loja, além das tatuagens, há opções de adesivos, ímãs, pôsteres, camisetas e bolsas. Todos os objetos são idealizados com a máxima “Transformar superfícies em manifesto”. E, para o carnaval, as empresárias lançaram seis modelos novos de desenhos para colorir a pele. Todos os itens conservam a mensagem: respeito a todos.

Somos feministas. E, por meio das nossas criações, queremos instrumentalizar outras mulheres para que elas possam se posicionar

Luciana Lobato

Até a primeira semana de fevereiro, foram comercializadas cerca de 800 tatuagens, afirma Luciana, que ao lado da parceira, Gabriela, elabora todos os artigos. “A gente já está conseguindo superar as vendas do mesmo período do ano passado.”

Fantasias
Não será apenas na pele das brasilienses que o feminismo se fará presente durante a folia. Esqueça as fantasias de coelhinhas, diabinhas e freiras sexy. Se depender das candangas, nos blocos da cidade, vão pular unicórnios, sereias, cervos e representações de Frida Kahlo, Maria Bonita e Carmen Miranda. Escolhas pensadas para satisfazer o desejo de quem veste a roupa, não os fetiches alheios.

Apostando nessa ideia, empreendedores da capital desenvolveram acessórios para a cabeça que estão fazendo sucesso entre as foliãs. As propostas são muitas e se popularizaram no Instagram. Entre os perfis da rede que oferecem a customização desses adereços, estão a Usepatropi, Baroque e Toca das Coelhas.

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Blocos feministas
Sinônimo de liberdade, o carnaval acaba representando, muitas vezes, o oposto para as mulheres. Para evitar as constantes agressões a que são submetidas nos bloquinhos de rua, muitas se uniram e criaram movimentos próprios pelas quadras do Plano Piloto.

Neste sábado (11/2), o bloco “Vai com as Profanas” inaugura a folia feminista em Brasília. A festa é organizada pelas donas da Conspiração Libertina. “Aqui não tem espaço para nenhum tipo de preconceito e não toleramos machismo, homofobia, lesbofobia, transfobia, racismo e capacitismo”, apontam as organizadoras na página do evento no Facebook.

O coletivo levará para a Praça Central do Setor Comercial Sul, a partir das 15h, música tropicalista e um manifesto pela valorização da igualdade de gênero.

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No dia seguinte, domingo (12), o “Maria Vai Casoutras” vai percorrer a Praça dos Prazeres, na 201 Norte, a partir das 15h. A banda de percussão é formada exclusivamente por mulheres e, durante o intervalo de uma hora, a festa será dedicada às crianças.

O Perseguidas – grupo que se intitula como o bloco-protesto-festivo mais libertário e escandaloso da capital – invadirá a Praça dos Prazeres, no sábado (25), a partir das 14h. Explicitamente comprometido com a garantia dos direitos humanos, o bloco pretende unir a luta feminista à maior folia do planeta, com escracho, alegria e liberdade.

Encerrando o festejo feminista, o “Essa Boquinha Eu Já Beijei” ocupará a via S1, na altura do Setor Comercial Sul, na terça-feira de carnaval (28). O bloco, encabeçado e organizado por mulheres, nasceu para criar um espaço de liberdade e respeito para foliãs. A banda é composta por 15 nomes femininos da cidade, entre instrumentistas e cantoras.

Reprodução/Facebook

Campanhas
Para a folia foram lançadas campanhas que incentivam o respeito nos bloquinhos da cidade e encorajam a irmandade entre as mulheres. No Facebook, circula a hashtag #Minasdevermelho que sugere às foliãs o uso de uma faixa vermelha no braço para que, durante alguma situação desagradável, a vítima possa localizar uma ajuda com mais facilidade.

Além dessa iniciativa, a AzMina, instituição sem fins lucrativos que tem o objetivo de usar a informação para combater os diversos tipos de violência que atingem mulheres brasileiras, criou a #UmaMinaAjudaAOutra. Ano passado, a organização mobilizou a campanha #CarnavalSemAssédio.

Reprodução/Facebook

 

“Nosso foco, neste ano, são as minas. Mesmo que o assédio continue acontecendo, não precisamos encará-lo sozinhas. Afinal, um dos lemas do feminismo é a sororidade, ou seja, a irmandade entre as mulheres”, apontou a AzMina em um texto publicado na página da instituição.

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