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Fernando Torquatto vem a Brasília e fala de beleza e carreira

O maquiador desembarcou na capital nesta segunda-feira (10/10) para comandar uma oficina e dar várias dicas para as brasilienses

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Giovanna Bembom / Metrópoles
Brasília (DF), 10/10/2016Entrevista com Fernando TorquatoLocal: Hípica HallFoto: Giovanna Bembom/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 10/10/2016Entrevista com Fernando TorquatoLocal: Hípica HallFoto: Giovanna Bembom/Metrópoles - Foto: Giovanna Bembom / Metrópoles

Maquiador, fotógrafo, hairstylist, apresentador e consultor de estilo são algumas das profissões de Fernando Torquatto. Mas, entre todas elas, foi com a primeira que ele se tornou nacionalmente conhecido. Considerado um dos profissionais mais admirados do mercado, Torquato tem a inquietude clássica daqueles que possuem uma visão empreendedora.

Além dos trabalhos consagrados com estrelas como Xuxa, Anitta, Ivete Sangalo e Grazi Massafera, o maquiador, que vive com a agenda lotada, ainda acha tempo para produzir conteúdo para a web. No Instagram ele tem 627 mil seguidores que acompanham sua rotina. No YouTube, apresenta um pouco de seu lifestyle no canal TorquatoTV – com vídeos que vão desde os bastidores de uma sessão de fotos com Luiza Brunet a dicas de maquiagens masculinas.

Em Brasília para compartilhar com o público suas experiências nos diferentes universos em que atua, o maquiador contou para o Metrópoles um pouco de sua trajetória, deu dicas de beleza e revelou quais são as tendências que vão fazer sucesso na próxima temporada.

Giovanna Bembom / Metrópoles

De onde vem a inspiração para o seu trabalho?

Minha base é o cinema dos anos 1930. Greta Garbo, Marlene Dietrich, Jean Harlow. Eu cresci vendo essas referências, bebendo dessa fonte e me inspirando em como essas mulheres eram construídas, mas na época sem ter a consciência do caminho das pedras. Mas imagem, iluminação, cor do cabelo, moldura do cabelo para determinado tipo de beleza vem tudo dessa época do cinema.

Qual é o maior erro que as pessoas podem cometer na hora de se maquiar?

Eu gosto de simplificar. Eu vejo muita maquiagem linda na internet, mas a pele é tão carregada que o conjunto fica cafona. Até porque uma boa pele hoje em dia é uma pele que respira e não uma pele pesada. Também acho o exagero do pó um vilão na maquiagem. Isso e sobrancelha muito carregada.

Qual é a tendência que podemos esperar para o verão 2017?

Acho que a grande tendência é a tecnologia e o efeito que a gente precisa ter para a maquiagem ser moderna. Muita gente está perdendo esse bonde porque, nesse virtuosismo de você exercer seu talento, as pessoas estão mais preocupadas em encher o rosto de produtos para mostrar que são incríveis. Elas esquecem da maior tendência universal, que seria o aspecto de frescor que você tem que imprimir na maquiagem.

Tem maquiadores que fazem a pele de uma mulher de 18 anos e enchem ela de corretivo. Depois de corrigir ela inteira, passam iluminador nas têmporas, sendo que naturalmente ela já possui aquele brilho. Acabam esquecendo da beleza natural de quem está debaixo daquela imensidão de produtos

O que você acha de fenômenos do momento como o contorno?

Primeiramente, o contorno não surgiu com a Kim Kardashian, mas é uma técnica que existe desde a década de 1930 quando a captação era em preto e branco e eles tinham que definir os traços das atrizes. As grandes estrelas eram criadas inclusive com a técnica de contorno. É uma técnica muito poderosa porque você consegue potencializar belezas diferentes.

Mas se a gente fala que a pele hoje em dia é uma pele que respira, é uma pele natural e real, isso vai na contramão de uma ordem mundial de beleza. Alguém que coloca 50 mil corretivos de todas as cores, e tenta espalhar aquilo, mesmo que fique bonito no final, vira uma boneca. Aquele rosto não é contemporâneo. Pode ser perfeita, mas não é o que mundo está querendo.

Giovanna Bembom / Metrópoles

Qual é sua opinião em relação à indústria de beleza brasileira?

Há um tempo tínhamos dificuldade de encontrar coisas boas, mas acho que a indústria nacional sempre foi honesta e tem conseguido trazer bons produtos. O que faltava era tecnologia, mas você vê atualmente marcas que conseguem abranger a variedade de tons da pele brasileira. Tudo está mais democrático.

Para quem não pode investir tanto em um batom, por exemplo,  existem marcas que lançam seus produtos de qualidade a um preço acessível. Veja bem que eu disse acessível, não barato. É necessário estar atento a isso porque estamos falando de produtos que vão para a sua pele e geralmente produtos muito baratos não usam matérias-primas de qualidade.

Existe uma supervalorização dos produtos importados no Brasil?

Claro que as marcas de luxo são incríveis, mas a nécessaire de uma mulher moderna tem produtos acessíveis e tem produtos de luxo. Como num vestuário, você ter tudo só porque é caro é muito cafona. Não é a atitude da mulher moderna. Até porque a melhor máscara de cílios do mundo não é a mais cara. A minha máscara favorita, por exemplo, eu encontro em farmácia e não trocaria nunca por outras que são muito mais caras, sem falar que existem outras excelentes em perfumarias.

Existe maquiagem de dia e de noite? Ou maquiagem tem muito mais a ver com personalidade?

Não existe maquiagem de dia e noite, existe maquiagem para você ficar bonita. E a noite permite mais efeitos e sofisticação. O que vale é a consciência de como usar os produtos. Para mim é uma ordem mundial não ficar mascarada.

Giovanna Bembom / Metrópoles

Quais são os itens que não podemos dispensar na hora de produzirmos uma maquiagem?

Por mais que a indústria tenha evoluído, tudo começa pela pele. A pele dá um viço. Boas bases e bons corretivos são 70% da maquiagem. Enquanto que se alguém está com a pele pesada ou artificial tudo o que você colocar depois perde o valor. Quando vou maquiar na Globo não dispenso uma boa base HD e primer. Quando falamos em TV, primer é fundamental. Além disso, o que deixa uma mulher bonita são os tons neutros. Qualquer coisa que você queira a mais que isso tem que ser um coadjuvante dessas nuances.

Existe alguma celebridade com quem você gostaria muito de trabalhar?

Nacionalmente acho que trabalhei com todo mundo que eu queria. Mas esses dias estava vendo “Laços de Família”, no Canal Viva, e fiquei com tanta vontade de trabalhar com a Vera Fisher naquela época. Porque foi na época que comecei a trabalhar e ela é um ícone. Fora do Brasil queria muito fazer a Madonna. Aí poderiam dizer que eu sou “o cara” (risos).

Giovanna Bembom / Metrópoles

 

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