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Açúcar em produtos para bebês da Nestlé representa ameaça à saúde

O açúcar impacta o comportamento alimentar, por isso, bebês e crianças não devem ser expostas a essa substância

atualizado

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Peter Dazeley/Getty Images
Foto colorida. Blocos de açúcar em uma colher
1 de 1 Foto colorida. Blocos de açúcar em uma colher - Foto: Peter Dazeley/Getty Images

A ONG suíça Public Eye, junto à Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar, realizou uma análise de rótulos e amostras em laboratório dos principais produtos Nestlé direcionados a bebês e crianças (Mucilon e Ninho).

Um achado chamou atenção: em países mais pobres, como o Brasil, os itens continham uma maior quantidade de açúcar. Em algumas nacionalidades, como a Suíça, país nativo da empresa, não há sequer a inclusão da substância nos produtos.

Análises laboratoriais mostraram que o Mucilon para bebês e crianças contém cerca de 4 gramas de açúcar adicionado por porção no Brasil. Na Indonésia, foram encontradas 2 g de açúcar no produto Ninho.

Já nas Filipinas, o nível de açúcar no Mucilon chegou a 7,3 g por porção, seguido pela Nigéria e Senegal em quantidades como 6,8 g e 5,9 g, respectivamente. O perigo está aí: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças menores de 2 anos não devem ter contato com nenhum tipo de açúcar, como reforçado pelo Guia Alimentar para Crianças Brasileiras, material desenvolvido pelo Ministério da Saúde.

Colher com açúcar
Açúcar deve ser evitado

A pesquisa envolveu 150 itens disponíveis nos principais mercados da Nestlé na África, na Ásia e na América Latina. Entre as unidades dos produtos a partir de 6 meses de idade, 94% tinham adição de açúcar.

Além disso, a embalagem não declara adição de açúcar, o que aumenta ainda mais a preocupação. O açúcar encontrado se trata da maltodextrina, que não deve ser ingerido por crianças. O caso não se limita a Nestlé, pois muitas marcas adicionam ingredientes para baratear e enganar o consumidor.

O açúcar impacta o comportamento alimentar, por isso, crianças não devem ser expostas a essa substância, que está associada à obesidade e a diversos problemas de saúde.

Qualquer tipo de açúcar — como mel, xarope e outros — deve ser evitado por esses indivíduos.

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O que diz a Nestlé

Ao Metrópoles, a Nestlé explica, em nota, que aplica os mesmos princípios de nutrição, saúde e bem-estar em todos os lugares onde há operações.  “No Brasil, Ninho não contém açúcares adicionados, como sacarose e xarope de glicose. Já o portfólio de Mucilon possui itens sem e com açúcares adicionados, de acordo com os limites estabelecidos como seguros pela Anvisa.”

A empresa alega, ainda, que as categorias de alimentos infantis “são altamente regulamentadas. Nosso portfólio segue regulamentações locais (Anvisa) e/ou padrões internacionais (OMS), incluindo requisitos de rotulagem e limites de carboidratos — que incluem açúcares. Além disso, declaramos os açúcares totais e adicionados dos nossos produtos.”

(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica

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