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Diretora da instituição, atriz Silvia Paes aproxima a Dulcina da UnB

Mostra de trabalhos abriu as portas para espetáculos de professoras como Simone Reis e Felícia Johansson

atualizado

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Sérgio Martins
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Desde maio no comado da direção da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, a atriz e diretora Silvia Paes promove uma aproximação estética e política com a Universidade de Brasília. Algumas produções do Instituto de Artes da UnB tornaram-se atrações da 24ª edição da Mostra Dulcina, que sempre privilegiou a prata da casa. É o fortalecimento do teatro universitário do DF que sempre contagiou e energizou a cena local.

Essa troca é fundamental para consolidar a importância dessas instituições no cenário cultural. É uma ação de credibilidade. Temos um leque que abrange tanto os trabalhos das professoras Simone Reis e Felícia Johansson (UnB) quanto as produções da Dulcina, como as do diretor Fernando Guimarães

Silvia Paes
Bruna Martini em “Staniloves-me”, da UnB ao Dulcina

“Stanisloves-me”, de Simone Reis, por exemplo, que acaba de ganhar prêmio de melhor atriz para Bruna Martini, no Festival de Teatro Universitário, do Rio (FESTU), apresenta-se quarta (14.12) e na quinta (15.12), às 20h, no Teatro Dulcina. A peça ainda teve indicação de melhor direção para Simone Reis, que lançou o livro “Hamuleto”, no foyer do Teatro Dulcina de Moraes.

A presença de uma atriz na direção da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes tem dado um frescor a instituição que começa a respirar sem ajuda de aparelhos depois da crise de 2013, quando os alunos ficaram sem luz e as aulas tiveram que sair do prédio histórico construído com tanta luta por Dulcina de Moraes.

Ainda estamos com atrasos de salários de professores. Os dos funcionários estão mais regularizados. Hoje, temos 200 alunos, com redução de bolsistas, mas com uma inadimplência ainda alta. Há ainda uma dívida histórica da instituição com impostos e processos trabalhistas. Mesmo assim, a Faculdade Dulcina de Moraes abriu as portas para a comunidade, tá buscando parceiros e criando alternativas de ganhos

Silvia Paes
Com 20 anos de carreira, Silvia Paes vive momento especial como artista. Acaba de ganhar o primeiro de melhor atriz, o primeiro da carreira, com o curta “A Vida Tem Dessas Coisas”, de Januário Júnior, no Festival de Três Passos (RS). O filme será exibido no encerramento da Mostra (17.12), às 20h, no Teatro Dulcina

É a primeira protagonista do cinema. Uma mulher de 60 anos. Foi um desafio. Fazer Mainha exigiu de mim um amadurecimento como atriz

Silvia Paes
Sergio Martins/Divulgação
Silvia (a frente): 500 palavras em cinco minutos

No teatro, a atriz voltou aos palcos com “Duas Gotas de Lágrimas no Frasco de Perfume”, vivendo uma desafiante personagem. Lola, uma avó com Alzheimer, que, num delírio fantástico, desata a falar mais de 500 palavras em menos de cinco minutos. A performance arranca elogios da plateia.

 

Ela tem esse caráter de teatro do absurdo vivenciada numa dramaturgia que exigiu de mim recursos dramáticos diversos para um tema atual: o risco da volta à ditadura militar. Foi uma poderosa forma que eu encontrei, como artista, para protestar contra esse momento político

Silvia Paes
Integrante do Teatro do Concreto (ela fez a prostituta Neusa Sueli, de Plínio Marcos, no “Diário do Maldito”), Silvia formou-se na UnB e há uma década dá aulas na Faculdade Dulcina de Moraes. Com mestrado que se debruçou no Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, tornou-se hoje a mais importante multiplicadora do Centro-Oeste.
Recentemente, dirigiu o espetáculo “Transição de Impacto”, com o método do Teatro Fórum. Hoje, aplica o Teatro Fórum em universidade, empresas e faz consultoria. Nessa loucura toda, Silvia ainda é funcionária pública do Ministério da Cultura e cuida da filha Petra ao lado do companheiro, Bruno. Quem a conhece sabe que, aos 42 anos, aprendeu a encantar o tempo.
Assista ao trailer de “A Vida Tem Dessas Coisas

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